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Marcelo “emocionado” sente que levou uma “sova monumental”

Marcelo Rebelo de Sousa num abraço de conforto durante visita aos concelhos afectados pelos incêndios de 15 de Outubro.

O Presidente da República confessou-se “muito emocionado” pela capacidade de luta das populações afetadas pelos incêndios mas, ao mesmo tempo, diz que se sente como se tivesse levado “uma sova monumental” face à tragédia.

Em declarações aos jornalistas em São Pedro de Alva, Penacova, depois de ter visitado, nos últimos dias, 14 concelhos do interior centro do país, todos municípios que registaram vítimas mortais, Marcelo Rebelo de Sousa classificou a sua deslocação como um “suplemento de alma” às populações atingidas pelos incêndios, adiantando que terminou a visita emocionado e impressionado.

“Muito emocionado pela capacidade de luta das pessoas, por aquilo que elas me contaram, como lutaram e estão a lutar. Ao mesmo tempo como quem leva uma sova monumental, como se fosse atropelado por não sei quantos camiões TIR porque cada drama, cada problema, cada testemunho, impressiona muito”, disse o Presidente da República.

Nos dois últimos dias, o chefe de Estado percorreu cerca de 750 km em quatro concelhos do distrito de Coimbra (Pampilhosa da Serra, Arganil, Tábua e Penacova) e no da Sertã (Castelo Branco), uma mancha imensa, contínua, de destruição de floresta, quintais e terrenos agrícolas mas também de centenas de habitações.

A cada paragem na estrada, a cada povoação afetada pelas chamas, em cada corporação de bombeiros que fez questão de visitar, sempre acompanhado por Presidentes de Câmara e autarcas locais – mas não por “assessores, consultores e teóricos” que ficaram em Lisboa, brincou -, Marcelo Rebelo de Sousa foi exprimindo palavras de ânimo, conforto e agradecimento.

Foi assim, também, em vários centros de recolha de bens que nasceram, em vários locais, num ápice, após os incêndios de 15 e 16 de Outubro. Marcelo visitou vários, como um na Pampilhosa da Serra onde viu loiça “pela primeira vez”, outro em Midões, concelho de Tábua, em que destacou a quantidade de material escolar, livros e brinquedos que ali encontrou, tudo por força de dádivas aos mais necessitados, ou em Penacova, três pavilhões “cheios de tudo o que se pudesse imaginar”.

O Presidente garantiu que a avaliação que fará deste seu primeiro mandato presidencial estará intimamente relacionada com a intervenção que conseguirá manter junto do Governo e de outras instituições sobre o problema específico dos incêndios e as condições de vida das populações do interior do país. “Será uma das minhas prioridades”.

Governo duplica meios aéreos até ao fim do mês

O Ministério da Administração Interna (MAI) anunciou que o dispositivo de combate aos incêndios foi reforçado com mais 17 meios aéreos, até final de Outubro, por causa do risco de fogo florestal.

Em comunicado divulgado domingo à noite, o MAI explica que o Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, autorizou o reforço do dispositivo aéreo de combate aos incêndios com 17 meios aéreos: 13 helicópteros ligeiros e quatro aviões médios anfíbios.

Este reforço significa “praticamente uma duplicação do dispositivo de meios aéreos disponíveis até ao final de outubro – de 18 para 35 –”, num investimento de cerca 1,4 milhões de euros, lê-se na nota de imprensa.

Para os próximos dias haverá também um aumento de meios de combate, de 660 elementos e 132 viaturas, e um reforço do patrulhamento por parte das Forças Armadas, com 86 equipas de patrulha em todos os distritos do território continental, em articulação com a GNR e a PSP.

A decisão do MAI é tomada tendo em conta “a previsão de condições meteorológicas adversas e o índice de risco de incêndio florestal previstos pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera até ao final do mês de Outubro, bem como os níveis de alerta especial determinados pela Autoridade Nacional de Protecção Civil para os próximos dez dias”.

Aqueles 17 meios aéreos ficam disponíveis para operar a partir de hoje e até 31 de Outubro em Vila Real, Viseu, Braga, Fafe, Alfândega da Fé, Armamar, Águeda, Guarda, Cernache, Proença-a-Nova, Pernes, Portalegre, Ourique, Grândola e Monchique.

O novo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e o novo secretário de Estado da Protecção Civil, José Artur Tavares Neves, tomaram posse no sábado e visitaram no domingo a Autoridade Nacional de Protecção Civil.

ZAP // Lusa

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