36 perguntas: “Espero que não haja dúvidas em relação a 60 pessoas”, diz Marcelo

António Cotrim / LUSA

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República assegura que “é óbvio” que o mecanismo também se vai aplicar aos actuais governantes.

O mecanismo de 36 perguntas que vai ser aplicado aos futuros governantes também se aplica aos actuais, assegura Marcelo Rebelo de Sousa.

“Estas perguntas são uma antecipação daquelas que a comunicação social, mais dia, menos dia, vai fazer. Portanto é uma pura teoria aquela de que isto não se aplica aos que já estavam em funções. É óbvio que se aplica“.

“Se de repente houver uma notícia, é irrelevante se foi ou não perguntado; a partir daquele momento passou a ser perguntado”, justificou o Presidente da República, em conversa com os jornalistas, nesta terça-feira.

Marcelo acrescentou que, “se houver dúvidas”, pode pedir para ver as respostas ao questionário. Mas espera que não ter muitas dúvidas: “Espero que na escolha não haja dúvidas em relação a 50 ou 60 pessoas”.

Segundo o presidente, mais do que as perguntas, o que deve continuar a prevalecer é “o juízo formulado por quem escolhe”; ou seja, a avaliação de António Costa. O primeiro-ministro, continuou, já tem “um trabalho imenso, que é formular as perguntas e depois formular juízo sobre as respostas às perguntas”.

O chefe de Estado acredita que este questionário vai ajudar na escolha de governantes: “É uma tentativa de ajudar aqueles que são convidados e aquele que convida; e já agora o Presidente, que nomeia; e já agora a democracia, que ganhava em não ter uma multiplicação de situações como estas”.

Marcelo recordou que, quando liderava o PSD, afastou de candidaturas partidárias pessoas “por causa de situações duvidosas quanto a certas empresas ou certos clubes”

Salários nos privados

O Presidente da República assinalou esta terça-feira que tem havido “em vários domínios do setor privado” aumentos salariais “nalguns casos superiores a 8%”, ao ser questionado se há margem para aumentar mais os salários.

O Jornal de Negócios noticiou na edição desta terça-feira que a Comissão Europeia defende que “há margem para aumentar mais os salários” sem “alimentar uma espiral inflacionista”.

Em declarações aos jornalistas no Infarmed, em Lisboa, a propósito desta notícia, questionado se vê margem para aumentar mais os salários em Portugal, o chefe de Estado respondeu: “Mas isso tem estado a acontecer no setor privado, em vários domínios do setor privado“.

“Eu recebi os parceiros económicos e sociais recentemente, no final do ano passado. Os aumentos deste ano eram aumentos incomparavelmente superiores aos tradicionais no setor privado, em alguns domínios”, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que, para uma inflação “em média perto dos 8%” no fim do ano passado, houve aumentos salariais acima de de 7% e “nalguns casos superiores a oito por cento”, o que “não se via em Portugal há muito tempo”.

“O patronato explicou-me que noutros domínios isso já era mais complicado, nalguns domínios da agricultura, nalguns domínios domínios do comércio”, ressalvou.

Segundo lhe foi transmitido, “pequenos e médios comerciantes teriam alguma dificuldade em ir para valores tão altos, mas admitiam que tinham de ser valores claramente superiores aos valores dos últimos anos, porque a inflação foi muito superior à dos últimos anos”, acrescentou.

“ZAP” // Lusa

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