Alegado grão-mestre da Maçonaria investigado por suspeita de burlas financeiras

PJ / Facebook

A Polícia Judiciária está a investigar um autointitulado grão-mestre maçónico, num megaprocesso de tráfico internacional de diamantes e fraude de bitcoins. O caso de “um excêntrico” num meio tão secreto.

Sem referir o nome do visado, “por proteção da investigação”, o Expresso adiantou, esta terça-feira, que um alegado grão-mestre de uma loja maçónica independente está a ser investigado por suspeitas de burlas financeiras.

Segundo o semanário, o homem, que tem morada na Madeira, tinha negócios com alguns dos arguidos de um megaprocesso de tráfico internacional de diamantes e fraude de bitcoins entre civis e elementos das forças armadas, que está na mira da Unidade Nacional Contra-Corrupção da PJ.

A PJ tentou interrogar o suspeito, mas este nunca compareceu ao interrogatório.

O visado terá sido intercetado numa escuta telefónica, em março de 2021, a combinar um encontro num hotel em Cascais, depois de o seu interlocutor lhe ter dito que tinha em casa dois cheques de 270 mil euros.

Dois anos antes, relata o mesmo jornal, um banco já tinha comunicado à Unidade de lnformação Financeira da PJ a tentativa de abertura de uma conta por parte de uma empresa detida por este indivíduo. Havia suspeitas de irregularidades financeiras.

Meses mais tarde, passou a estar na mira das autoridades bancárias alemãs, depois de uma cúmplice ter depositado um cheque de 270 mil euros de uma conta à ordem de um banco germânico numa agência bancária portuguesa. A declaração de proveniência de fundos do cheque surgia com a justificação de “intervenção em projeto”. Um mês depois, o mesmo banco alertou que o cheque era “fraude”.

O seu grupo foi também investigado por fabricar documentos falsos, entre eles cartas de condução no Reino Unido.

Um “excêntrico” num meio tão secreto

O Expresso falou com alguns membros da maçonaria que conhecem o suspeito; e a opinião é unânime: descrevem-no como uma pessoa “excêntrica” num meio considerado tão secreto.

Não era nada discreto. O inverso do que se quer no meio maçónico. Tentava recrutar elementos para a sua nova loja recém-criada de uma forma ostensiva, tendo arranjado imensos problemas“, contou uma fonte, de uma das principais lojas maçónicas.

A mesma pessoa dizer não ter dúvidas de que o visado “gerava má perceção” entre os outros grupos do meio.

ZAP //

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