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Portugal pede ajuda: não há nenhum Canadair para combater incêndios

Miguel A. Lopes / Lusa

Avião Canadair

Marrocos disponibilizou duas aeronaves. Governo tentou pedir ajuda a Espanha – mas no país vizinho a situação não é melhor.

Os aviões pesados de combate a incêndios florestais ‘Canadair’ de que Portugal dispõe estão fora de serviço, disse à Lusa fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Segundo a mesma fonte, os dois aviões ‘Canadair’ afetos ao Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais (DECIR) ficaram inoperacionais, existindo um terceiro para substituir em caso de eventuais avarias, mas que também está fora de serviço.

A porta-voz da Força Aérea Portuguesa (FAP), que tem a cargo o processo de contratação dos meios aéreos de combate a incêndios florestais, disse à Lusa que as empresas responsáveis pelo aluguer e operação dos aviões têm de repor os ‘Canadair’ fora de serviço e são sujeitas a penalizações quando não cumprem os contratos.

Sem Canadair, Portugal acionou o mecanismo de cooperação bilateral com Marrocos e recebeu nesta segunda-feira dois aviões Canadair para combate aos incêndios.

Segundo um comunicado do MAI, o protocolo de cooperação com Marrocos em matéria de proteção civil foi acionado “de imediato”, na sequência da avaria dos Canadair afetos ao dispositivo de combate.

“O Reino de Marrocos respondeu prontamente, disponibilizando duas aeronaves do tipo Canadair, que vão chegar a território nacional ainda hoje (segunda-feira) e passarão a integrar o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Rurais (DECIR) até ao final desta semana. Estas aeronaves serão operacionalizadas a partir da Base Aérea de Monte Real”, adiantou o MAI.

A tutela adiantou ainda que tentou inicialmente encontrar uma solução junto de Espanha, que “não se afigurou possível devido ao agravamento da situação dos incêndios rurais neste país”.

Ainda segundo o MAI, as aeronaves avariadas precisam de intervenção técnica, “estando prevista a sua reintegração no dispositivo nacional até ao final desta semana”.

“O Governo, em nome do Ministério da Administração Interna, agradece muito a pronta colaboração do Reino de Marrocos e reafirma o seu compromisso em assegurar a resposta operacional necessária à proteção de pessoas, bens e do território nacional”, concluiu o comunicado do MAI.

Sobre os motivos das avarias, a FAP remeteu para as empresas a divulgação de informação.

A Avincis, empresa responsável pelos aviões Canadair a operar em Portugal no combate aos incêndios, disse estar a trabalhar para trazer “o mais rapidamente possível” para Portugal duas aeronaves para substituição das que estão inoperacionais, provenientes de uma das outras bases da empresa na Europa.

A empresa não avançou, no entanto, datas concretas para a chegada das aeronaves a Portugal e não esclareceu desde quando nem quais as razões para os aviões pesados de combate a incêndios florestais estarem inoperacionais.

Portugal está em situação de alerta devido ao risco de incêndio e nas últimas semanas têm deflagrado vários incêndios no norte e centro do país que já consumiram uma área de quase 60 mil hectares este ano.

ZAP // Lusa

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