Depois do capítulo da geringonça ter sido encerrado, o Livre quer apresentar-se como um possível parceiro do PS.
O Livre quer reconquistar o seu lugar no Parlamento e acredita que pode ser a peça-chave para um entendimento pós-eleitoral à esquerda.
Depois de o PS ter esfriado as relações com o Bloco de Esquerda, o PCP e o PEV, surge o Livre para ajudar na maioria “reforçada, estável e duradoura” que António Costa quer conquistar, escreve o jornal Público.
Logo após o chumbo do Orçamento do Estado para 2022, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que o Livre também deveria ser ouvido em Belém.
Após o encontro, o porta-voz Pedro Mendonça confirmou que o partido terá o mesmo espaço de antena que os restantes eleitos em 2019, apesar de ter perdido a sua representação parlamentar depois de retirar a confiança política à sua única deputada eleita, Joacine Katar Moreira.
Para já, o Livre reorganiza-se para a apresentação do seu programa eleitoral e eleições primárias, mas as estruturas internas já vão dando sinais de que estão disponíveis para dar o braço ao PS e fazer parte de uma nova geringonça.
Aliás, acreditam que o partido é um parceiro “mais constante na convergência” e admitem um acordo escrito que garanta o cumprimento de toda a legislatura.
Já o PS quer garantir que consegue o apoio de uma maioria parlamentar que lhe permita formar um novo Governo. Para isso, os socialistas admitem entender-se ou com o PAN ou com “uma circunstância estruturalmente parecida com a atual”, como deixou claro Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros.