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Livre chega “a posições comuns” sobre conflito entre deputada e direção

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Mário Cruz / Lusa

A Assembleia do Livre anunciou ter chegado “a posições comuns”, não especificadas, após ter ouvido “a Comissão de Ética e Arbitragem, a deputada Joacine Katar Moreira e o Grupo de Contacto”.

A Assembleia do Livre esteve reunida, este domingo, para “analisar o parecer elaborado pela Comissão de Ética e Arbitragem relativamente aos últimos acontecimentos e apurar os factos subjacentes à relação entre o Grupo de Contacto [a direção do partido] e a deputada do Livre e o seu Gabinete”, disse o partido em comunicado.

Depois das audições, “a Assembleia procedeu a um debate muito produtivo, reservado apenas aos membros deste órgão, e que permitiu o encontro de posições comuns a serem incluídas numa resolução de cuja redação foi mandatada a mesa da Assembleia”.

A Assembleia do Livre esclareceu que “esta resolução será amanhã submetida a votação na reunião de continuidade da 40.ª Assembleia e imediatamente comunicada a todos os membros e apoiantes”.

A Assembleia começou os trabalhos por volta das 10h00 e o comunicado acima referido seguiu para as redações já depois da 01h00 desta segunda-feira. Ao que o Observador apurou, Joacine Katar Moreira foi ouvida no período da manhã e não regressou aos trabalhos depois da pausa para almoço.

Segundo o jornal online, a deputada não terá ouvido as explicações dadas pelo Grupo de Contacto, nas respostas às questões colocadas pelos membros da Assembleia, ao contrário do que aconteceu durante os esclarecimentos que prestou.

Depois do tempo reservado para ouvir ambos, a reunião passou a realizar-se apenas na presença dos membros eleitos para a Assembleia. O Grupo de Contacto ficou cerca de seis horas, num restaurante próximo, a aguardar indicações da Assembleia para regressar e ouvir a decisão do órgão.

De manhã, à entrada para a assembleia, a deputada negou aos jornalistas a existência de qualquer conflito. “Não existe conflito absolutamente nenhum. Há uma relação de diálogo e entendimento e é sobre isso que iremos falar”, afirmou aos jornalistas, citada pelo jornal Público.

Já o fundador do partido, Rui Tavares, afirmou que “todos os partidos têm conflitos, o que os distingue é a forma como os resolvem” e reiterou estar empenhado na conciliação para ter o “partido anti-populista de que Portugal precisa e o partido da esquerda europeia de que Portugal precisa”.

Esta reunião aconteceu na sequência de a Comissão de Ética e Arbitragem do Livre ter apresentado um parecer sobre o conflito entre o Grupo de Contacto, a deputada e o gabinete, relativamente à polémica que teve início no final do mês de novembro.

Na altura, o partido manifestou preocupação com o voto da deputada, na proposta apresentada pelo PCP sobre uma nova agressão à Faixa de Gaza, “em contrassenso” com o programa e as posições do Livre.

Em resposta, Joacine Katar Moreira atribuiu o sentido do seu voto a uma “dificuldade de comunicação” com a direção do Livre, afirmando terem sido “três dias de contacto infrutífero”, e mostrou-se surpreendida com a posição do partido.

Posteriormente, Pedro Nunes Rodrigues, da direção do Livre, assegurou à Lusa nunca ter sido pedido pelo gabinete de Joacine Katar Moreira qualquer apoio específico no voto sobre a Palestina, mas adiantou que o partido continuará a trabalhar com a deputada “para que a legislatura corra da melhor forma, sem problemas de comunicação”.

Entretanto, a tensão agravou-se ainda mais quando a deputada falhou o prazo de entrega do projeto de lei sobre a nacionalidade, uma das principais bandeiras do partido.

ZAP // Lusa

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