Empresa francesa deixou o mercado russo há três anos. Para voltar, poderá ter de pagar mais de mil milhões de euros.
Quase 500 empresas deixaram de operar no mercado russo pouco depois do início da guerra na Ucrânia. Muitas por opção própria, outras a acompanhar os pacotes de sanções impostos pelo Ocidente à Rússia.
Uma dessas empresas foi a Renault. Logo em 2022, vendeu a participação no mercado russo por apenas 1 rublo (1 cêntimo) e saiu – do segundo maior mercado nacional para a Renault, só superado pelo caseiro, o francês.
Agora, se quiser reentrar, a Renault poderá ter de pagar a módica quantia de… 1,15 mil milhões de euros.
A revelação surge no Business Insider, que cita o anterior parceiro de mercado da Renault na Rússia, a Avtovaz.
Maxim Sokolov, director-executivo da Avtovaz, justificou: a sua empresa e o próprio Estado da Rússia investiram praticamente essa quantia no sector, nos últimos três anos.
Por isso, “agora é claro que esses investimentos têm de ser compensados de alguma forma”, justificou Sokolov, à agência TASS.
Refira-se que, em 2022, quando a Renault vendeu a sua quota de 67,6% na Avtovaz ao Kremlin, ficou com a opção de comprar novamente as acções até 2028.
Para já, e segundo um porta-voz, a Renault não tem intenções de voltar à Rússia. E não comentou as declarações de Sokolov.
Este aviso deve ser encarado como um sinal: as outras empresas ocidentais devem passar pelo mesmo, quando quiserem voltar ao mercado russo.
Segundo David Szakonyi, especialista em assuntos de economia russa, voltar à Rússia não vai ser…de borla. “Deixar as empresas estrangeiras regressar sem custos iria diminuir os lucros das empresas russas que ganharam espaço neste período”.
“E o mercado vai ficar muito mais competitivo. Por isso, a Rússia vai querer algum tipo de compensação por liberalizar o seu mercado, continua Szakonyi.
Um sinal ainda mais evidente para as outras empresas ocidentais foi dado por Anton Alikhanov, ministro da indústria e negócio: “A Rússia não vai receber ninguém de braços abertos. Há um preço a pagar pelas decisões tomadas no passado“.
Falta é perceber se a Renault, e outras centenas de empresas, estão realmente interessadas em voltar à Rússia, um país que atravessa sérios problemas económicos.
Até o panorama mudar, enquanto a instabilidade predominar, é pouco provável que haja um regresso em massa.
Os ruxos que fiquem descascados que a borrasca está próxima.
Mais vale pedir ao capacho do fulano laranja para produzir texlas ruxos
“…Rússia, um país que atravessa sérios problemas económicos…”
O crecimento económico da Rússia foi, no ano passado, de quase 4%, não tem praticamente desemprego, a dívida pública está abaixo de 20% do PIB, o comércio externo é altamente excedentàrio, e o rublo tem vindo a valorizar-se relativamente ao dolar… Tomara nós termos esse tipo de “problemas”…
Quando vamos começar a olhar para a Rússia de forma objetiva e não à luz da baixa propaganda?…
O teu comentário soa mais a propaganda. Só falta acrescentar que a Ucrânia invadiu a Rússia
Você Carlos gosta mesmo é da propaganda a favor de tudo aquilo que nos impingem do lado de cá.
E eu a pensar que estávamos a falar de economia e de dados reais…
Não de facto não invadiu. Mas se cumprisse os compromissos e não bombardeasse população civil, os Russos também não teriam invadido.
“Não de facto não invadiu” e ” se não bombardeasse população civil, os Russos também não teriam invadido.” . Afinal em que ficamos? Parece o palavreado da extrema direita. Não vale tudo!
Perdeste o episódio no qual o Girkin confessa que usaram a população do Donbass como escudos porque não quis lutar contra o exército ucraniano em terreno aberto. Agora vais duvidar do tipo que inventou o movimento separatista? E fica a nota para grande parte da população ucraniana que é constantemente atacada pela Rússia ter como língua nativa o russo. Achar que estavam a ser perseguidos pela língua é a mesma estratégia usada por Hitler em Danzig e por Putin na Geórgia
O axov, foi a origem da invasão! Dizem que é esta a verdade, seria? É saber bem para jugar melhor!
Com o mínimo de conhecimento de economia saberia que esses números são fruto duma economia de guerra que vai torrando as suas reservas em algo que não se traduz em crescimento nem desenvolvimento económicos. Achar que a economia deles está a crescer é dum amadorismo gritante .
Não é amadorismo, é o Banco Mundial e o FMI que dizem que a economia russa está acrescer. O que é natural. Com a riqueza de recursos naturais que tem, com o excedente comercial que tem, com o investimento em indústrias destinadas a substituir importações que faz, a economia da Rússia só podia crescer.
“O clímax guerreiro dos eurodeputados foi atingido, contudo, quando insistem em ‘que todos os EM da UE devem comprometer-se a apoiar anualmente a Ucrânia militarmente com não-menos de 0,25% do seu PIB.’ No caso português, os nossos eurodeputados, cidadãos de um país com o Estado Social em falência, querem investir 628.450.000 euros (referência ao PIB de 2023) do OE 2025 no prolongar sangrento de uma guerra absurda.”
Viriato Soromenho-Marques
(Professor catedrático na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)
Ahahaha! Desde o início da guerra que os arautos ocidentais afirmam que a Rússia está depauperada, que não tem meios, que está à beira do colapso… Vejam o programa 360 na RTP 3, a intervenção do jornalista Miguel Szymanski, do dia 17 de Fevereiro. Szymanski demonstra claramente como os ocidentais tem sido manipulados, como os meios de comunicação ocidentais são também, principalmente, de natureza propagandística. A Rússia está à beira do colapso económico, contudo a Europa tem que triplicar o investimento, criar um exército europeu, para combater um país que está à beira do descalabro e sem meios para dar continuidade à belicidade… Ahahahahah!
Se a Rússia é tão boa podia ir para lá viver, e sentir na pele a fantástica economia que eles têm. Aconselho é a ter cuidado com o que diz e escreve, aqui onde vive pode dar a sua opinião mesmo que seja diferente da do governo, já na Rússia…
“A nova ordem do poder mundial funda-se sobre um modelo de governamentalidade que se define como democrática, mas que nada tem a ver com o que este termo significava em Atenas. E que este modelo seja, do ponto de vista do poder, mais econômico e funcional é provado pelo fato de que foi adotado também por aqueles regimes que até poucos anos atrás eram ditaduras. É mais simples manipular a opinião das pessoas através da mídia e da televisão do que dever impor em cada oportunidade as próprias decisões com a violência. As formas da política por nós conhecidas – o Estado nacional, a soberania, a participação democrática, os partidos políticos, o direito internacional – já chegaram ao fim da sua história. Elas continuam vivas como formas vazias, mas a política tem hoje a forma de uma “economia”, a saber, de um governo das coisas e dos seres humanos.”
Giorgio Agamben
(16-08-2012)
“Na falsa democracia mundial, o cidadão está à deriva, sem a oportunidade de intervir politicamente e mudar o mundo. Actualmente, somos seres impotentes diante de instituições democráticas das quais não conseguimos nem chegar perto.”
José Saramago
Época (2005)
“…tudo se discute nesse mundo, menos a democracia… não se repara que vivemos em uma democracia seqüestrada, condicionada e amputada… porque o poder do cidadão, limita-se na esfera política, a tirar um governo que não gosta e botar outro que talvez venha a gostar… mas as decisões são tomadas numa outra esfera, as grandes organizações internacionais e bancos multinacionais… nenhuma dessas instituições são democráticas… aqueles que efetivamente governam o mundo, não são eleitos pelo povo…”
José Saramago
Os comunas sempre com os comentários abjectos e depreciativos, só não reparam que o Mundo avança, eles são os únicos que vão ficando para trás e acabam diluidos na extrema direita ideológica, como a Rússia de Putin. Faz parte!
“Para aqueles plumitivos censores, traindo esse obscuro conformismo que também mora na nossa tradição cultural, tudo o que não se acolhe na sua grelha bicolor e binária, que arruma os contendores em demónios e anjos, implica uma cedência indesculpável ao “putinismo”…
Infelizmente, a delicadeza e gravidade da situação militar e política dispensa o daltonismo moralista destes vigilantes da opinião alheia. ”
Viriato Soromenho-Marques (Professor catedrático de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)