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Ladrão de Tancos detido. Teve ajuda da PJ Militar para devolver as armas

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Paulo Cunha / Lusa

Guarita abandonada no complexo militar de Tancos

O autor do roubo de armas de guerra em Tancos já foi detido. Trata-se de um ex-militar de 45 anos, identificado como traficante de droga e de armas, que teve a cumplicidade da Polícia Judiciária Militar e de elementos da GNR de Loulé para entregar o material roubado.

As detenções do director-geral da Polícia Judiciária Militar, o coronel Luís Augusto Vieira, e de mais três elementos desta entidade, bem como do comandante e de outros dois elementos da GNR de Loulé, integram-se na investigação feita pela Polícia Judiciária (PJ) ao misterioso aparecimento das armas roubadas em Tancos.

A PJ Militar e elementos da GNR de Loulé terão ajudado o ex-militar que roubou as armas a devolver o material. Uma forma de desviar as atenções do autor do roubo, de “matar a investigação inicial” ao furto e de “ficar com os créditos da descoberta das armas”, como aponta o jornal i.

Os militares detidos nesta terça-feira “são suspeitos de terem encenado a entrega, em cumplicidade com o próprio autor do roubo”, ignorando o crime cometido por este e não o reportando à PJ que estava a investigar o furto das armas, como destaca na sua edição de hoje o Diário de Notícias.

O Público destaca que o mentor do roubo é um ex-militar de 45 anos, residente no Algarve e identificado como traficante de droga e de armas, que já terá sido detido pela PJ.

Este ex-militar terá recorrido a informações privilegiadas, através de antigos colegas no Exército, para planear o roubo das armas do paiol de Tancos.

Mas depois do caso do roubo ter assumido proporções tão grandes, terá resolvido devolver as armas. Foi então, que contactou um ex-colega no Exército, um soldado do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé que, por seu lado, contactou um sargento que conhecia alguém na PJ Militar do Porto, como relata o jornal i.

A devolução das armas foi então preparada entre o autor do roubo, a PJ Militar e elementos da GNR de Loulé. “Para disfarçar” até se “terá inventado a chamada anónima em que se avisou que o material estaria na Chamusca”, onde foi encontrado, como destaca o i.

Impedir “que a Justiça fosse feita”

Fontes da PJ notam que os elementos detidos “agiram com sentimento de impunidade e tentaram inviabilizar que a Justiça fosse feita“, como cita o i. A PJ Militar pretenderia também vingar-se da pressão que estava a sofrer no âmbito das mortes no curso de Comandos, cujo julgamento arranca nesta quinta-feira.

Nas próximas horas, é possível que haja ainda mais detenções. O Ministério Público já solicitou ao Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) a detenção de um militar em missão na República Centro Africana, disseram à Lusa fontes ligadas à Defesa e militares.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareceu, entretanto, que o inquérito no âmbito do qual decorreram as detenções “é autónomo do instaurado na sequência do desaparecimento de armas ocorrido em Tancos”, e que se reporta às “circunstâncias em que ocorreu o aparecimento, em 18 de Outubro de 2017” do “material de guerra furtado”.

Em causa, segundo a PGR, estão “factos susceptíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, receptação, detenção de arma proibida e tráfico de armas”.

ZAP // Lusa

 

27 Comments

  1. Definitivamente há aqui um ponto que eu não entendo – porque é que o ladrão das armas não as colocou num sítio qualquer e depois telefonava (ou comunicava por outra via qualquer) a dizer onde elas estavam. À custa de alguém querer obter juros da situação contribuiu para que a coisa descambasse e agora os dividendos são imprevisíveis!

    • António Gonçalves, o seu ponto de vista está correto, mas houve aqui interesses em jogo. A PJ militar tem andado em competição com a PJ e entrou nesta jogatana para lhe desferir um ataque através do qual queria provar que a sua competência era superior à da PJ. Só que saiu-lhe o tiro pela culatra, porque não denunciou o ladrão, e agora terá que responder por cumplicidade com ele.

  2. Uma boa razão para acabar definitivamente com a PJ Militar.
    Uma Policia Judicial chega muito bem.
    Se se confirmar a actuação da GNR e PJM na entrega do material, o caso é muito grave e a justiça tem de ser “doa a quem doer” !!

  3. UPPS!!!!!!
    Será que um homem só levou aquele material numa única vez?
    Ou isto foi sendo feito ao longo de vários meses?
    A “história” está muito mal contada.

      • Não me refiro à devolução, mas ao roubo. Entrou uma unica vez no quartel? Com camions? Ou foi levando ao longo de meses

    • A história ainda não foi contada na totalidade. Agora falta saber qual o militar (ou militares) que pactuou com o assaltante e como foi carregado e transportado o material de guerra. No meio disto tudo tanto o Chefe do Estado Maior do Exército como o Ministro da Defesa, não podem passar entre os pingos da chuva. Têm que assumir a responsabilidade por este acontecimento tão grave em que o 1º e principal reduto de defesa de um país foi ridicularizado. Agora se começa a entender porque o ministro da defesa andava quieto e mudo para com o Presidente da República, porque da história já sabia ele, com quase toda a certeza.

  4. O forma leviana como o ministro da Defesa abordou este assunto é demonstrativa da falta de sentido de estado de todo um governo (não eleito pelo povo). É o deixa andar e depois – logo se verá!
    É uma vergonha para o Exército (chefes mas pouco militares).
    Ontem, ao ouvir o cónego do PS, entenda-se por senhor César, percebi quão longe andam da realidade os políticos, governantes deste país. Este é o resultado de ter um governo que não foi eleito para governar. Só um malabarista como o António Costa, que sonhou um dia ser primeiro ministro. É obra!

    • (não eleito pelo povo)
      Não é bem assim
      O Amigo está na Cloud Todos os que estão na Assembleia foram atraves do voto.
      E governa que tem a maioria de votos já aconteceu o PSD e o CDS governarem por estarem Juntos portanto não existe nada de novo.

      • Que grande aldrabice sr. Gemario ! Pois existe um facto novo. Nenhum derrotado em eleições (pelo povo) foi primeiro ministro em Portugal. O PSD e CDS governaram juntos sim senhor, mas o respectivo primeiro ministro foi maioritariamente votado pelo povo para essa função, isto é, venceu as eleições, enquanto que António Costa foi derrotado nessas eleições. O projecto de governação de Costa foi rejeitado pelo povo. Legalmente foi possível essa associação parlamentar mas ela não corresponde ao veredicto popular, não tem a legitimidade pura que imana da vontade do povo.

      • O senhor Gemario vê as coisas da forma que mais lhe convém…, está a confundir alhos com bogalhos.
        (…) ou desconhece as regras da democracia e por isso não respeita a opinião mais ou menos informada dos outros.
        Depois, confunde tudo mas diz o que é!

    • Em que País vive? Não eleito pelo POVO? Tem a maioria dos Deputados no Parlamento, portanto tem o direito de governar como já aconteceu com outros que não tendo maioria fizeram a panelinha. OU a Panelinha só serve para o PSD/CDS?

      • Fizeram-nos mas ganharam as eleições, isto é o seu projecto de governo foi maioritariamente votado pelo povo. Está a perceber ou quer tapar olhos a alguém ?

    • Desde quando as eleições legislativas são para eleger governos? Isso não existe. Eleições legislativas são para eleger os nossos representantes no Parlamento e tão só. Governos emanam do Parlamento.

    • Pois este governo não foi eleito pelo povo, pela primeira vez em em mais de quarenta anos de democracia. É um governo que existe apenas por ter sido engendrado no Parlamento. Mas não foi o povo que disse que queria António Costa como primeiro ministro. Se por acaso não tivesse surgido este “juntar dos trapos” de toda a esquerda, António Costa era hoje um homem fora da política, porque o PS iria ajustar contas com ele, depois de ter corrido com António José Seguro.

  5. Se o saudoso SOLNADO fosse vivo,que argumento fabuloso ele teria para fazer desta miserável farsa uma história linda e divertida como a da “GUERRA DO SOLNADO” lembram-se? Só num pais sem rei nem roque é que uma coisa destas podia acontecer. Um ladrão assalta um paiol do chamado “exército português”,rouba umas centenas de kilogramas de explosivos e armas,sabe-se com ajuda de quem.Passado um mês ou dois,só tendo conseguido vender um saco de munições,percebeu que o negócio não seria tão rentável como pensava,e resolveu recorrer a uns amigos com boas relações no próprio exército que fora roubado,pedindo ajuda para o ajudarem a devolver ao dono,o roubo que praticara.E não que conseguiu mesmo ajuda,o espertalhão!!!!!!…….Ai grande Solnado,que oportunidade que tu perdeste por teres morrido cedo de mais. e creio mesmo que até o CAMÕES se pudesse,iria acrescentar ao Lusíadas um capítulo com o título ” AS ARMAS DE TANCOS E OS BARÕES DO RATO”

  6. Gostava de ver as cópias dos inventários efectuados, desde por ex o 25 de Abril.
    A mim parece que nunca foram feitos, deve ser mais ou menos, e isso dá razão ao que se diz, que há muito ex militar que tem armas de guerra em casa.
    Nunca se deu por falta de nada.
    Os paiois são como a manutenção militar que alimentou muita família, tanto as dos que vendiam, como as dos que descarregavam, guardavam e distribuíam, eh eh países ricos…

  7. PJ MILITAR, PARA QUÊ?
    Se assim é, existe mais do que razões para extinguir a policia judiciária do exercito, são menos uns ordenados que o contribuinte tem de pagar a uma polícia que não faz falta, nem faz o seu trabalho.

  8. Desculpe lá sr Francisco mas parece que o sr aproveitou este episódio lamentável para puxar outro assunto (governo) que não tem nada a ver com a questão do roubo em si! Não me diga que se o PM fosse o Sr P Coelho, este roubo não tinha existido! Tenha calma, porque se quer ter aqui uma opinião válida tem de se reportar ao assunto da notícia. A questão politica é outro assunto diferente! Não misture as coisas! Já agora, aproveito para lhe perguntar porque razão entende que o actual governo e o PM não é legítimo???? Se não tivesse legitimidade seria um governo inconstitucional! O sr sabe que é uma assembleia representativa? As eleições legislativas para a AR elegem deputados da nação e não elegem primeiros ministros. Sou apartidário, não me revejo na actual “casta” politiqueira que nos tem governado nos últimos anos e até votei no seu preferido em 2011, o que o sr diz “escolhido pelo povo” . No entanto, enquanto existir este modelo eleitoral, forma governo quem tem maior apoio na AR e o que suporta o Sr António Costa é precisamente ter essa maioria a seu favor! Portanto, não misture assuntos e sobretudo não diga disparates!

    • Não tem qualquer legitimidade, apenas a lei permite isto, para ser legitimo devia ter ido a eleiçôes com os portugueses a saberem que se poderiam coligar a seguir, mas como o resultado será igual, agora também não aquece nem arrefece, mas como sempre a culpa da próxima banca rota será do Passos, assim como o 44 nunca governou também este governo nunca existiu, é sempre assim que atiram as culpas para os outros daquilo que fazem.

    • Definitivamente não entendeu o alcance colocado…, responsabilidades políticas! Não coloque rótulos nas pessoas. Sei o que é a assembleia representativa bem, possivelmente bem demais e por isso o disparate não está deste lado. Também não perguntei em quem votou nem isso tem interesse para a maioria dos portugueses…, o senhor votou onde lhe deu ou dá mais jeito. Não tenho nada a ver com isso!

  9. O Ladrão só escolheu armas fora de Prazo e obsoletas. por isso é que ninguém as quis comprar.
    No meu tempo de tropa Salazar, isto era inteiramente impossível, já tinha rolado cabeças fosse a quem fosse.
    VOLTA SALAZAR ESTAS PERDOADO

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