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Morte de Jamal Khashoggi. Tribunal saudita condena oito pessoas

pomed / Flickr

O jornalista saudita Jamal Khashoggi

Um tribunal saudita anunciou a comutação de cinco condenações à morte pelo homicídio de Jamal Khashoggi, decretando em vez disso uma pena de 20 anos de prisão para cada.

Esta segunda-feira, um tribunal da Arábia Saudita condenou oito pessoas pela morte do jornalista Jamal Khashoggi no consulado do país em Istambul. A televisão estatal Al Ekhbariya TV avançou que cinco pessoas foram condenadas a 20 anos de prisão, uma a dez anos e outras duas a sete.

A pena capital pelo assassínio do jornalista foi, assim, reduzida para 20 anos de prisão. Segundo o Público, a comutação das cinco condenações à morte foi justificada com o facto de os filhos de Khashoggi terem declarado que perdoavam os assassinos.

As penas entre sete e dez anos de prisão para outros três condenados foram mantidas.

O jornalista foi morto em outubro de 2018, no interior do consulado saudita em Istambul, e o seu corpo nunca apareceu. As autoridades sauditas foram apresentando várias versões para o sucedido, culpando por fim os agentes por terem levado a cabo uma operação não autorizada.

Agnès Callamard, relatora especial das Nações Unidas que investigou o caso, reagiu ao veredito afirmando que este processo “é uma farsa” que condena a equipa de assassinos, mas deixa de fora “os altos responsáveis que organizaram e promoveram a execução de Jamal Khashoggi”.

A CIA suspeita que quem mandou assassinar o jornalista foi o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman (MBS). Callamard já tinha escrito num relatório, datado de junho de 2019, que Khashoggi foi vítima de uma “execução deliberada e premeditada” levada a cabo por “agentes sauditas, agindo sob a capa do seu estatuto oficial e usando meios do Estado”.

Callamard repetiu que estes vereditos “não retiram nenhuma pressão a governos” para “assegurar que todos os responsáveis, incluindo os de topo, sejam investigados”.

ZAP //

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