Itália vai adotar novas medidas para travar a covid-19, como o alargamento do teletrabalho e restrições ao funcionamento de bares e restaurantes, anunciou este domingo o primeiro-ministro, no dia em que o país registou novo recorde de infeções.
Itália registou 11.705 novos casos de infeção da covid-19 nas últimas 24 horas, quase mais 800 do que no sábado, o que representa o maior aumento desde o início da pandemia.
Segundo Giuseppe Conte, as medidas permitirão “enfrentar a nova vaga de contágios que atinge severamente a Itália e a Europa”. “Não podemos perder tempo. Temos de adotar as medidas para evitar um novo confinamento generalizado, que pode colocar gravemente em perigo a economia”, justificou o chefe do Governo italiano, numa conferência de imprensa, no Palácio Chigi, sede do Governo, em Roma.
O princípio é limitar ao máximo os ajuntamentos, propícios à transmissão da infeção da covid-19, tanto em espaços públicos como privados. Os restaurantes, que terão de indicar no exterior a sua lotação máxima, só podem ter seis pessoas por mesa e devem fechar o mais tardar à meia-noite, enquanto os bares às 18h se não tiverem serviço de mesa.
O regime de teletrabalho deve ser estendido a 75% dos funcionários do setor público, uma regra recomendada às empresas privadas. As reuniões de trabalho devem ser feitas preferencialmente por videoconferência.
O teletrabalho permitirá reduzir a pressão sobre os transportes públicos, que devem limitar a sua lotação, especialmente nas horas de ponta, para salvaguardar o devido distanciamento físico entre passageiros.
O ensino à distância será privilegiado, mas, quando presencial, as entradas e saídas dos alunos das escolas devem ser feitas de forma a evitar aglomerações.
Já os festivais e feiras locais, que representam 34 mil empregos e 900 milhões de euros de faturação anual, passam a estar interditos, tal como os desportos coletivos amadores.
Os presidentes dos municípios podem encerrar, a partir das 21h, ruas ou lugares onde se poderão formar multidões.
Suíça declara obrigatório uso de máscara em locais públicos fechados
O Governo federal da Suíça anunciou que o uso de máscara em locais públicos fechados passa a ser obrigatório a partir de segunda-feira, uma das medidas para conter o crescimento “exponencial” da pandemia de covid-19 naquele país.
“Na última semana as infeções duplicaram”, o crescimento do número de casos é agora “exponencial”, afirmou a presidente da confederação suíça, Simonetta Sommaruga, citada pela Agência France Presse (AFP).
Em conferência de imprensa, o ministro federal da Saúde, Alain Berset, revelou que o índice de positividade do teste ronda os 15% e 16%.
Centenas de pessoas manifestaram-se este domingo, em frente ao Palácio Federal, em Berna, em oposição a esta medida.
Também a partir de segunda-feira passam a ser proibidos ajuntamentos com mais de 15 pessoas em espaços públicos e o uso de máscara passa a ser igualmente obrigatório em estações, aeroportos e paragens de autocarro e elétrico.
Por outro lado, os clientes de discotecas, bares ou restaurantes só podem consumir sentados.
A Suíça é o país da Europa onde a doença progrediu mais rapidamente na semana passada (146%). Nas últimas duas semanas, o rácio de infeção foi de 230 pessoas por 100 mil habitantes.
Eslováquia quer fazer testes rápidos a toda a população
O primeiro-ministro da Eslováquia, Igor Matovic, anunciou um plano para a realização de testes rápidos para despistagem à covid-19 em toda a população do país acima dos 10 anos.
“Será uma operação inédita na Eslováquia. Se decidirmos que deve ser um teste obrigatório, devemos mudar a lei“, disse o primeiro-ministro em Bratislava, capital do país que conta com 5,5 milhões de habitantes.
Na última semana, o país registou um total de 9.394 casos, totalizando, de acordo com os dados mais recentes, mais de 28 mil casos oficiais desde o início da pandemia, incluindo 82 mortes.
O boletim divulgado este sábado regista 1.968 casos e 11 novas mortes, o valor mais elevado de vítimas mortais com covid-19 desde a primeira morte, em 1 de abril.
No domingo, o Conselho de Ministros irá reunir-se numa sessão extraordinária para acordar os detalhes desta testagem, decidindo se será voluntária ou obrigatória, de acordo com o chefe do Governo e líder do grupo populista e conservador Povo Comum (OLaNO), que acrescentou que os testes seriam gratuitos.
“Receamos que haja pessoas que não acreditam no coronavírus e, embora usem máscara, não aceitem o encerramento de restaurantes e outras medidas. São as mais perigosas, porque mesmo com sintomas não vão ao médico“, disse o primeiro-ministro, citado pela Efe.
Matovic afirmou que os testes serão rápidos e que serão realizados nos locais onde os cidadãos costumam ir votar. O Governo pretende desenvolver um plano para evitar aglomerações de cidadãos nos locais da testagem.
No próximo fim de semana será realizado um teste piloto em três locais do país, com o Governo a pretender testar o resto da população durante o fim de semana de 31 de outubro e 1 de novembro.
O primeiro-ministro advertiu que a não realização do teste implica a perda de benefícios sociais ou reduções fiscais.
Para este programa serão destacados membros das forças armadas, seguindo uma lei aprovada recentemente que permite a chamada diária de 1.500 soldados.
Fora desta testagem estão crianças com menos de 10 anos.
De acordo com o primeiro-ministro, a Eslováquia adquiriu 13 milhões de testes antigénicos.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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