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Guterres quer segundo mandato na ONU. E vitória de Biden terá sido o incentivo para avançar

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Justin Lane / EPA

O secretário-geral da ONU, António Guterres

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança este domingo que gostaria de ficar para um segundo mandato.

A informação foi adiantada por dois diplomatas, ouvidos pela Bloomberg, que acrescentaram que o português António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, deverá informar oficialmente o presidente da Assembleia Geral da ONU em breve.

António Guterres, de 71 anos, assumiu o cargo em janeiro de 2017 para um mandato de cinco anos que temina no final deste ano. Segundo os diplomatas, Guterres, que conseguiu evitar a ira de Donald Trump abstendo-se de criticar o presidente dos Estados Unidos em público, esperou pelos resultados das eleições de novembro antes de tomar uma decisão sobre um segundo mandato.

Liderados por Donald Trump, os Estados Unidos entraram em confronto repetidamente com a ONU e as suas organizações, deixando a Organização Mundial da Saúde (OMS) e irritando o Conselho de Segurança com o seu esforço para acabar com o acordo nuclear multinacional com o Irão.

Por sua vez, Biden anunciou que anulará “no primeiro dia” da sua presidência a decisão tomada pelo republicano Donald Trump de retirar Washington OMS caso vença o sufrágio.

Guterres fez da mudança climática a sua bandeira principal, pressionando os países a aumentar os seus compromissos para reduzir as emissões de carbono. A administração de Biden sinalizou que o clima será uma prioridade e a sua escolha para a embaixadora da ONU, Linda Thomas-Greenfield, é uma diplomata com experiência em quatro continentes.

O chefes mais recentes da ONU cumpriram dois mandatos e os diplomatas esperavam que o chamado P5 – Rússia, Estados Unidos, Reino Unido, China e França – apoiasse a sua candidatura à reeleição.

Guterres, que às vezes foi criticado por não ter conseguido chamar a atenção as potências mundiais por abusos dos direitos humanos, teve de passar por um período turbulento na ONU quando Trump se afastou do organismo mundial, enquanto a China se tornava cada vez mais assertiva.

O processo de seleção para um chefe da ONU foi chamado de opaco, com os cinco membros permanentes exercendo uma influência desproporcional sobre quem é selecionado, embora a eleição de 2016 tenha sido a primeira a ser mais aberta.

Os críticos também pediram à ONU que finalmente nomeasse a sua primeira mulher como chefe.

Escrevendo em nome de um grupo de 25 países, Costa Rica e Dinamarca, em dezembro, conclamaram a ONU a garantir que o “próximo processo de seleção” atenda aos “padrões mínimos de transparência”.

Maria Campos, ZAP //

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2 Comments

  1. “Guterres fez da mudança climática a sua bandeira principal”
    Pois, com exceção do que podia ter feito, e não fez, para evitar a quantidade brutal de lixo associado à Covid19, tais como os largos milhões de máscaras descartáveis, luvas e afins…
    Quando acabar a Covid19, certamente ele e a Greta não se calarão a dizer que foi um desastre e que no futuro é preciso mudar… mas a questão é que não fizeram nada num momento decisivo.

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