O Governo governa “como se não existisse oposição”, diz Pedro Nuno. É o contrário do que acontecia há cerca de um mês.
Parece que não é só no futebol que “o que hoje é verdade amanhã pode ser mentira”.
Os contextos são diferentes, os assuntos são outros, mas a política portuguesa deu uma reviravolta curiosa em poucas semanas.
Há um mês, no início de Maio, havia sinais de que estávamos perante uma nova era: a oposição governa Portugal.
O Governo de PSD e CDS estava a ser ignorado em diversas matérias e as propostas da oposição é que eram aprovadas na Assembleia da República.
O primeiro exemplo foi no final de Abril, sobre o IRS. A proposta do Governo foi adiada, baixou à especialidade sem votação; mas as propostas de PS, BE e PCP foram aprovadas. E estendeu-se para esta quarta-feira: proposta do PS aprovada, ideias de PSD e CDS rejeitadas.
No caso das portagens, as propostas do Governo foram rejeitadas e a proposta do PS passou.
A tendência parecia clara: segundo palavras da direita, era uma “coligação negativa” entre PS e Chega (além dos partidos mais à esquerda) que estava a impedir o Governo de governar.
E agora…
Poderiam ter surgido desfechos semelhantes nas semanas seguintes, mas entretanto apareceu a campanha para as eleições europeias.
E, mais do que isso, apareceram em simultâneo os planos do Governo. Medidas concretas.
Primeiro, as novas medidas para a habitação; logo a seguir, o trio composto por aeroporto, comboio de alta velocidade e nova ponte sobre o Tejo; depois, os benefícios para jovens; no final do mês, o plano de emergência para a saúde; já nesta semana, as novidades sobre a imigração.
É uma sequência de muitas medidas, de grandes planos. Tudo sem consultar a oposição – diz Pedro Nuno Santos.
“O que acho que é preocupante que temos um Governo que ganhou com uma margem curta, mas que governa como se não existisse oposição. E esse é um péssimo sinal”.
“O Governo tem uma vitória curta, mas quer governar como se tivesse maioria absoluta. Quer gerir sem construir com a oposição. É um Governo em combate com a oposição e em campanha permanente”, repetiu, durante uma acção de campanha para as europeias.
O líder do PS já antevê outro episódio do género, em breve: diz que o Governo está a preparar o Orçamento do Estado para 2025 “sem ouvir ninguém”. Ainda avisou: “O Governo confunde a apresentação de PowerPoints com governação”.
O primeiro-ministro nega esta versão: “Nós, em todas estas áreas, já dialogámos com os partidos da oposição. Não vale a pena eles virem queixar-se de falta de diálogo”.
“O que falta não é diálogo, o que falta é vontade à oposição de estar ao lado dos portugueses, mesmo que isso signifique estar ao lado do Governo”, argumentou Luís Montenegro, também em campanha para as eleições europeias.
Ó Pedro Nuno, é preciso coerência. No que lhe dá jeito, negoceia com a restante oposição, no resto queixa-se que o Governo nem fala com a oposição. Não seja tão ‘politico’. Fica-lhe mal.
Mas o que é verdade para o Pedro Nuno e o PS, é verdade para a coligação AD. É tudo farinha do mesmo saco. Fazem vida de atirar areia para os olhos do povo, e o povo (patetas, coitados), aplaude.
No meio desta trafulhice, quem fica bem (Deus nosso senhor me perdoe) é o CHEGA. Mal ou bem tem medidas e convicções e faz alianças com que quer que seja, desde que seja para fazer avançar aquilo em que acredita.
AT, CHEGA “…tem medidas e convicções e faz alianças com que quer que seja, desde que seja para fazer avançar aquilo em que acredita…”?
Lamento informá-lo mas o CHEGA não acredita em nada e muito menos tem convicções. A única convicção que tem é que quer ir para um governo seja ele qual for ou quem for. Para isso fará tudo! Aliás, não é muito diferente do PS. Estão bem um para o outro. Só não venham é tentar enganar os outros.
Eu também lhe sei dizer TUDO o que está de errado neste país, a começar pelo PS e a esquerda toda. O problema não está em identificar os problemas, o problema está em apresentar soluções viáveis. E isso nem o CHEGA nem o PS conseguem. O PS já lá esteve nos últimos 8 anos e deixou uma bela herança de serviços públicos degradados. Pelo menos não deixou o país na falência como das outras vezes. Já não é mau, mas o estado em que deixou as instituições e serviços públicos, meu deus…
Isto mete nojo!
Se os portugueses escolheram um para governar, devia deixar governar! Mas os portugueses vou ter a palavra nas eleições para a Europa!