A GNR está à espera que Pedro Dias, o suspeito de ter morto duas pessoas em Aguiar da Beira, “cometa um erro” para o capturar. O homem de 44 anos, conhecido como “Piloto”, está em fuga há oito dias e as autoridades estão a tratar o caso como “uma ameaça de bomba”.
O Relações Públicas da GNR, o major Marco Cruz, salienta na Rádio Renascença que a estratégia policial para tentar apanhar o suspeito dos crimes de Aguiar da Beira é semelhante aos casos de “ameaças de bomba”.
“Os protocolos dizem que devemos fazer tudo como se tivéssemos ali um engenho. É isso que estamos a fazer no terreno”, constata o major quando passam oito dias desde que o suspeito de dois homicídios está em fuga.
A aldeia de Assento, em Vila Real, foi o último lugar onde Pedro Dias foi visto e as autoridades têm concentrado as buscas nessa zona.
A estratégia passa por “pressionar um bocadinho para ver se há um erro”, diz o major Marco Cruz na Renascença.
“Este indivíduo está desgastado pelo muitos dias de fuga. Mesmo que durma, não dorme em condições normais, e está a ficar psicologicamente mais desgastado”, constata o Relações Públicas da GNR.
As autoridades chegaram a acreditar que ele poderia estar ferido, já que foram encontradas umas calças ensanguentadas no carro que ele roubou em Arouca e que terá usado para fugir para Vila Real. Mas esse sangue poderá ser do idoso que ele agrediu no âmbito do assalto.
A GNR está a apelar, através do Facebook, às pessoas que não divulguem “a localização” das suas patrulhas que estão no terreno.
O major Marco Cruz destaca na Renascença que a principal prioridade da GNR é “garantir a segurança das pessoas”.
“O patrulhamento de maior visibilidade tem como principal objectivo fazer com que as pessoas se sintam seguras. Este indivíduo já mostrou que é perigoso e que está para tudo. A dureza dos próprios homicídios demonstra isso”, alerta o Relações Públicas da GNR.
População com “muito medo”
Pelas várias aldeias onde o alegado homicida terá sido avistado não havia, nesta quarta-feira de manhã, qualquer aparato policial, nem sequer patrulhas da GNR, pelo menos visíveis, constatou a Lusa nos diversos locais.
Maria do Céu, habitante de uma das aldeias, relatou ter “muito medo” e não ter sequer dormido de noite porque receia que o suspeito arrombe as portas ou janelas da casa.
“Eu até tenho medo de ir sozinha para o campo, já disse ao meu marido para ir ele dar de comer ao gado”, afirmou.
Já Luciana do Nascimento contou que as pessoas andam assustadas com a situação porque é uma zona de mato denso e ele pode estar “lá no meio” escondido.
Pedro Dias, suspeito de matar um militar e um civil, em Aguiar da Beira, distrito da Guarda, causou ferimentos a duas pessoas, uma delas também militar da GNR, e tem sido procurado pela GNR e pela Polícia Judiciária desde o dia 11 de Outubro, data dos primeiros acontecimentos.
Chegou a noticiar-se que teria fugido para Espanha, mas o suspeito foi localizado em Arouca, distrito de Aveiro, de onde será natural e onde sequestrou dois idosos, e na zona de São Pedro do Sul, onde um militar da GNR se terá baleado a si próprio, numa queda.
No domingo, uma patrulha da GNR terá localizado o suspeito, em Vila Real, mas o homem acabou por conseguir novamente fugir.
ZAP / Lusa
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Se com este criminoso,que só não mata mais porque não quer ,estamos dias e dias para o apanhar,imaginem se entrassem no país terroristas.Preocupante…!!!