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GNR andou 7 horas “às cegas” em Pedrógão e culpa a Protecção Civil

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Paulo Cunha / Lusa

O relatório final da GNR ao grande incêndio de Pedrógão Grande, onde morreram, pelo menos, 64 pessoas, aponta várias falhas à Protecção Civil, falando em descoordenação e notando que os militares andaram “às cegas” pelo terreno.

Falhas nas comunicações, descoordenação no comando da Protecção Civil e a GNR sem informações e sem indicações do que deveria fazer. Eis o que conclui o relatório divulgado pela força da autoridade, em resposta a questões do ministério da Administração Interna, notando que os militares andaram “às cegas” pelo terreno durante cerca de 7 horas.

A GNR destaca também que não encaminhou automobilistas para a Estrada Nacional 236-1, onde morreram, pelo menos, 47 pessoas, no meio do incêndio.

Respondendo a perguntas da ministra Constança Urbano de Sousa, enviadas a 8 de Agosto, a GNR refere que procurou “elencar todas as acções de controlo do tráfego rodoviário e do movimento de pessoas” e que se debruçou, particularmente, sobre o relato de uma sobrevivente que passou na chamada “estrada da morte” e que disse ter sido encaminhada para esta via por militares da força policial.

Este é um “facto que acabou por não ser confirmado”, salienta a GNR que dá conta de uma absoluta descoordenação dos meios da Protecção Civil no terreno.

A força policial aponta que só recebeu indicações da Protecção Civil para cortar o trânsito naquela estrada por volta das 10 da noite, já muito depois das mortes.

O relatório da GNR vinca também que “o 2º CODIS, comandante operacional no período entre as 19h55 e as 22h00, nunca teve conhecimento que o incêndio estava perto da EN 236-1″.

No documento, fica patente a desorientação dos operacionais no terreno, com o Oficial de Ligação da GNR destacado para o incêndio a notar que não encontrou o posto de comando da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) porque o 2º CODIS, Mário Cerol, mudou o local sem avisar a força policial, conforme refere a Renascença.

Este mesmo elemento da GNR salienta inclusive, que a desorientação era tal que ninguém lhe prestou atenção. E “dado que não lhe foi solicitada qualquer colaboração, deixou o seu contacto telefónico e informou que ia para a zona do incêndio”, refere o militar citado pela Renascença.

ZAP // Lusa

 

13 Comments

  1. Ah ok, eram tipos mascarados de GNR que disseram à senhora que sobreviveu para seguir pela nacional da morte…
    Não lhes convém apurar esse facto…claro.

    • Não é para defender a GNR, mas credo que saiba que há muita gente ao volante que quando se lhe diz para “VIRAR À DIREITA” fazem TUDO, incluindo marcha atràs, excepto virar à direita, por isso è muito possível que a pessoa tenha sido dirigida a uma zona sem risco mas depois tenha metido “os pés pelas mãos” e acabado por entrar na fatídica via.
      Repito, não é para defender a GNR, mas nem tudo o que dizem as “testemunhas” é a realidade.

    • Ah?
      Mas quem é essa senhora?
      Tem nome?
      A GNR cortou o IC8; NÃO mandou ninguém seguir por lado nenhum- apenas proibiu a circulação no IC8. A partir daí, cada um seguiu por onde achou mais conveniente!
      Percebido?

  2. Isto de dividir tudo em “quintinhas”, con um ‘chefe’ em cada uma que manda em tudo mas só no próprio pedacinho, só pode dar mau resultado.
    Mas, de facto, tendo que dar lugares de poder a tanta gente, não vejo outra solução……..

  3. Como é que a GNR, uma força militar de segurança pública pode depender da Protecção Civil?
    A culpa é do comando da GNR, por não ser auto-suficiente e ficar dependente de uma instituição da treta como a Protecção Civil.

    • Saber ler?
      Consegues interpretar um texto?
      Posto isto, onde é que foste buscar essa ‘ideia’ de que a GNR depende da PC??
      A informação sobre os incêndios é que é depende da PC!
      Percebido?

  4. A responsabilidade política é da ministra, que propositadamente promove nas diversas instituições envolvidas na tragédia um atribuir de culpas uns aos outros, colocando uns contra os outros.
    Toda a gente sabe que o principal problema foi a descoordenação total na Proteção Civil.
    Agora, decisões sobre a tragédia aguardam-se. Aliás, a primeira decisão foi o sr. Primeiro ministro ir de férias para o estrangeiro. Grande exemplo para os trabalhadores do Estado, quando lhes for pedido para alterar as férias por motivo de serviço…
    Daqui até às eleições autárquicas vão surgir relatórios, mais relatórios, mas nada se decide.
    Neste caso, só há uma esperança que é a visita permanente do senhor Presidente da República aos locais da tragédia, provocando compromissos aos diversos políticos.
    Aguardemos e acautelemo-nos, pois existem dúvidas de que o Estado nos defenda numa tragédia como Pedrógão Grande.
    Alguém nos proteja!

  5. Este Governo trinta dias antes desta tragédia substituiu mais de 80% os membros da Proteção Civil por “Boys do PS”…logo não entendo o espanto de alguns portugueses!
    A incompetência…e o fator “Cunha”/”cor do cartão” continua a grassar neste País!
    Por isso volto a reafirmar…”Cego é aquele que não quer ver!
    E parece, de acordo com as sondagens, que valem…o que valem, existem muitos cegos neste jardim a beira mar plantado!

    PS: Acho muito “estranho” a Catarina do Bloco de Esquerda…andar muito calada! Deve estar de férias….

    • E tu, se nao fosses cego, saberias que os que foram substituídos também eram boys tão ou mais incompetentes…
      Essas nomeações politicas dos amigos do PS e do PSD são um problema que tem que ser erradicado!!!

      • Caro Comentador,
        Tem razão…os anteriores responsáveis foram substituídos pelo fato de não terem uma licenciatura (lei criada por este governo) e já estarem no cargo desde os tempos do Eng. José Sócrates, o tal que tirou uma licenciatura com exames ao domingo e numa universidade que foi encerrada por falcatruas! Os actuais responsáveis são advogados, professores de educação física e psicólogos…tudo boys do seu partido!
        Sente-se mais seguro…com estes licenciados? Eu NÃO…
        Para terminar…pertenço ao maior partido…os que, não concordando com o atual sistema eleitoral, em que são os partidos escolhem em quem devemos votar, não votam!
        Pelo que não possuo nenhuma trela…e como tal posso dizer o que penso! Ou o Sr. também…quer impor a lei da folha por aqui?

      • Essa do “meu” partido era escusada, até porque, ao contrário do que o sr refere, eu não “pertenço” a nenhum partido!
        Eu voto e posso dizer o que penso!! Voto em quem me parece mais competente e mais próximo do que se afigura ser o ideal para uma sociedade mais civilizada.
        Até consigo concordar com algumas coisas que escreveu, mas, a bem da verdade, a MAIORIA dos que entraram para a ANPC não são “outsiders” e fizeram carreira nos bombeiros!!

      • Caro Comentador,
        Estou a referir…ao seguinte: “O novo Comandante do Comando Distrital de Operações de Socorro da Guarda (CDOS) é, de acordo com o currículo oficial, professor do ensino básico e secundário e bombeiro no Corpo de Bombeiros de Pinhel; o 2º Comandante do CDOS do Porto é “Comandante de Bombeiros desde 2007” (não refere onde) e formador da Escola Nacional de Bombeiros em Salvamento e Desencarceramento; o 2º Comandante Operacional de CDOS de Leiria era advogado e comandante dos Bombeiros de Alcobaça; o comandante do CDOS de Viseu era o comandante dos bombeiros voluntários de Carregal do Sal; o 2º Comandante Operacional do CDOS de Viana do Castelo era “enfermeiro no serviço de urgência básica de Ponte de Lima desde 2002″e formador da Escola Nacional de Bombeiros em Salvamento e Desencarceramento; o 2º Comandante Operacional de CDOS de Leiria era advogado e comandante dos Bombeiros de Alcobaça; o comandante do CDOS de Viseu era o comandante dos bombeiros voluntários de Carregal do Sal; o 2º Comandante Operacional do CDOS de Viana do Castelo era “enfermeiro no serviço de urgência básica de Ponte de Lima desde 2002” e aponta vários cursos de combate a incêndios; e o comandante do CDOS de Viana do Castelo, de 34 anos, cujo despacho de nomeação não explicita nenhuma experiência profissional (na ANPC ou outra) nem de comando operacional, tem a licenciatura em Desporto e Lazer pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo e vários cursos de formação da Escola Nacional de Bombeiros”…é muito mais!
        Espero…que abra os olhos! Cegos temos muitos…por aí!

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