O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou oficialmente a renovação do estado de emergência nesta quinta-feira por mais quinze dias, prolongando-se este estado de exceção até 17 de abril.
Numa mensagem ao país a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que os portugueses venceram a “primeira batalha”, frisando, contudo, que é necessário continuar os esforços porque o caminho para combater a covid-19 “é longo”.
“Este vai ser porventura o nosso maior desafio dos últimos 45 anos“, disse.
“A vida exige que economia e sociedade não parem”, continuou o Chefe de Estado, deixando um palavra de agradecimentos a todos os portugueses: médicos, operários, agricultores e todos os trabalhadores que que mantêm o país a funcionar.
Passada a primeira fase, em que o país conseguiu adiar o pico da pandemia graças ao comportamento dos portugueses e às medidas de restrição, é necessário agora focar no segundo momento, diz Marcelo Rebelo de Sousa, reconhecendo que os números de infeções por covid-19 vão ainda subir muito em termos absolutos.
O Chefe de Estado alertou que o número de infetados chegará às dezenas de milhares, quantificando pela primeira vez quantas pessoas é que a pandemia poderá atingir em Portugal. Ainda assim, frisou Marcelo Rebelo de Sousa, as próximas semanas são as mais importantes para que sejam também salvas milhares de vidas.
“Não podemos desbaratar a consolidação da primeira fase”, avisou, elencando cinco objetivos fundamentais nos quais nos devemos focar agora:
- Proteger os grupos de risco;
- Utilizar com bom senso a abertura do estado de emergência para prevenir situações de rutura em estabelecimentos prisionais;
- Assegurar (..) que nesta Páscoa não troquemos uns anos na vida e saúde de todos por uns dias de férias ou reencontro familiar alargado de alguns;
- Pedir aos nossos compatriotas que de fora quiserem vir que cumpram as recomendações severas que adotaremos para a Páscoa e que repensem adiar os vossos planos;
- Definir os cenários para o ano letivo, atendendo à evolução da pandemia para abril.
À semelhança do apelo do primeiro-ministro nesta quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a apelar a todos os portugueses para não aligeirarem nas medidas de contenção.
“Só ganharemos abril, se não facilitarmos, se não baixarmos a guarda”, disse o Chefe de Estado, frisando que os portugueses continuarão a ter uma “mudança radical” nas suas vidas visando assim salvar milhares de vidas.
“Que seja para os que sofreram ou ainda sofrem com a pandemia ou para aqueles que nela morreram sós e para as suas famílias, a nossa última evocação solidária (…) “Nós não os esquecemos”, rematou Marcelo Rebelo de Sousa.
O discurso pode ser na íntegra no site oficial da Presidência da República.
O estado de emergência vigora em Portugal desde o dia 19 de março e, de acordo com a Constituição, não pode ter duração superior a 15 dias, sem prejuízo de eventuais renovações com o mesmo limite temporal.
Ao fim da tarde desta quinta-feira, o primeiro-ministro anunciou as principais medidas que vão vigorar durante os próximos quinze dias de estado de emergência.