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Fugas de informação permitiram aos arguidos dos Vistos Gold destruir provas

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RTP / Flickr

O ex-diretor nacional do SEF, Manuel Jarmela Palos

O ex-diretor nacional do SEF, Manuel Jarmela Palos

Os arguidos do processo de investigação aos vistos gold tiveram a acesso a informação privilegiada, tendo sido avisados que estavam sob escuta e que seriam detidos, o que lhes terá permitido destruir e ocultar provas do processo.

A edição desta quarta-feira do jornal i noticia que o caso aponta para uma teia de corrupção ao mais alto nível da Administração Púbica.

António Figueiredo, ex-presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN), Manuel Palos, ex-diretor do Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), e Zhu Xiaodong, empresário chinês suspeito de ter um papel ativo na obtenção de vistos para os seus concidadãos, manifestaram, em março de 2014, terem conhecimento de que estariam a ser investigados através de escutas, através de conversas telefónicas.

A 23 de março de 2014, Zhu Xiaodong, um dos empresários chineses suspeitos de corrupção ativa no processo Vistos Gold, avisou por telefone um concidadão com o qual falava em mandarim sobre a detenção de uma pessoa e de registos criminais falsificados: “Não fales sobre estas coisas ao telefone. Todas as chamadas estão sob escuta agora. Pessoas como nós que tratamos da emigração, estamos todos sob escuta.”

Através de conversas com a filha, há mesmo indícios de que António Figueiredo mantinha um segundo telefone, desconhecido pela polícia.

De acordo com o i, a informação da detenção chegou ao conhecimento dos atuais arguidos com antecedência.

Em novembro de 2014, quando foram detidos os suspeitos da investigação – que tiveram conhecimento da detenção um dia antes de acontecer -, os suspeitos tiveram oportunidade de destruir ou ocultar provas que seriam cruciais para a investigação dos fatos.

O ex-diretor do SEF, Manuel Palos, terá recebido um SMS de um elemento do SEF com ligações à Unidade Contra Terrorista (UCAT) a avisar que seria alvo de buscas no dia seguinte.

Dois varrimentos informáticos ocorreram em fevereiro e em junho de 2014, na sede do IRN, por parte de uma equipa dos Serviços de Informação e Segurança, mas os investigadores ainda buscam por provas de uma investigação que ainda “está longe de estar próxima de uma conclusão”, refere o i.

ZAP

6 Comments

  1. Recentemente ouvi dizer “É difícil combater poderes instalados na administração pública…”
    Esses cancros são do tipo ablativo? Removam-nos pela raíz… Metam-nos em tratamento no sector privado… Resultados garantidos após poucas e curtas sessões terapêuticas

  2. É curioso que isto não suscite inquérito parlamentar !!! Do que têm medo ?

    Todos os deputados ficaram preocupadíssimos , não pelo facto que os cidadãos pudessem ser devassados na sua situação fiscal, mas sim pelo facto que deveria haver proteção, ora assim que houver protecção existirão de facto listas para alguns e não serão divulgadas. Constará de uma lei, pelo que será legal.

    Acabe-se de vez com o sigilo fiscal, em outros países, não têm problemas com isso, pois existe lá democracia.

    PS: e-mail = ficar registo num servidor e dados pessoais, engraçadinhos 🙂

  3. Mas afinal, Srs. Comentadores?
    Que esperavam V. Exas.? Que os iam castigar? Então e os outros? ( e eles são tantos…. Meu Deus) . Então e se estes forem presos e resolverem bater com a língua nos dentes? Já repararam quantas prisões necessitávamos ter em Évora? Quantos juízes? Quantos Policias? Quantos investigadores da PJ.? Alimentar toda esta gente? Não aguentavamos tanta despesa… teríamos de fazer novo resgate, e ainda por cima sem ministra para o dirigir
    Não, não e não. Deixe-se como esta que assim é que esta bem.

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