Famílias das vítimas do Meco apontam ligações da Lusófona à Maçonaria

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ejbSF / Flickr

O recurso que chegou ao Tribunal da Relação de Évora pelas famílias das vítimas da tragédia do Meco aponta ligações da Universidade Lusófona à maçonaria, numa derradeira tentativa de levar o caso julgamento, fazendo ainda uma alusão à licenciatura de Miguel Relvas.

De acordo com o Público, o recurso interposto esta segunda-feira enuncia que os seis estudantes que morreram afogados “pertenciam a uma Universidade que, como é público, tem ligações várias a elementos maçónicos, com o bom e mau que isso tem”, referindo ainda as “ligações partidárias ao mais alto nível” da instituição e “os cursos obtidos por vários elementos partidários em condições menos claras”, aludindo ao caso do ex-ministro Miguel Relvas.

O pedido de reabertura do processo radica no pressuposto de que o juiz de instrução criminal que recusou levar o caso a julgamento cometeu um erro formal ao socorrer-se, para tomar a decisão, de declarações prestadas às autoridades pelo o ex-dux João Gouveia, único arguido, quando o processo ainda estava em fase de inquérito e o estudante era uma mera testemunha.

João Gouveia foi autorizado pelo juiz de instrução criminal a não comparecer em tribunal na fase instrutória do processo, que terminou no início de março, tendo remetido todos os esclarecimentos sobre o que se passou na noite de 15 de dezembro de 2013 para as declarações que prestou ao procurador do Tribunal de Almada, quando ainda não era arguido.

O advogado dos pais das vítimas, Vítor Parente Ribeiro, invoca a disposição do Código do Processo Penal segundo a qual é proibida, em tribunal, “a leitura do depoimento prestado em inquérito ou instrução por testemunha que, em audiência, se tenha recusado a depor.”

O documento refere também que o filho do procurador encarregue do processo no Tribunal de Almada era aluno de mestrado da Lusófona quando o pai estava a investigar o caso.

As famílias das vítimas defendem ainda que João Gouveia “foi auxiliado por terceiro a montar uma simulação de ‘pré-afogamento’ dele próprio” e que a posição de poder que o ex-dux tinha sobre os colegas são indícios de crime de exposição ao perigo ou abandono dos companheiros.

Para os familiares das vítimas, a teoria de que tudo não terá passado de um infeliz acidente esbarra no depoimento de um dos agentes da Polícia Marítima que esteve no Meco, segundo o qual se o grupo tivesse ficado “virado para o mar, de pé e atento”, “teria sempre possibilidade de recuar atempadamente”.

“O arguido ordenou aos seus colegas, que se encontravam com sono e exaustos, que se deslocassem para a zona da linha de água e aí ficassem de costas para o mar e de frente para si; os jovens falecidos colocaram-se uns ao lado dos outros, paralelamente à linha de mar; o arguido manteve-se mais recuado, de frente para as vítimas”, descreve o advogado.

São também invocadas as mensagens de telemóvel trocadas entre estudantes já depois da tragédia que dão a entender a proximidade entre agentes da PJ e a mãe de uma das vítimas, a quem terão passado informações confidenciais sobre o estado da investigação.

ZAP

1 Comment

  1. Em homenagem aos que partiram

    Não lembraria ao diabo: Universidade, maçonaria, licenciaturas, ligações a altos da política…

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