Testemunha da tragédia do Meco diz que viu jovens com “pedras amarradas aos pés”

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Rui Minderico / Lusa

O julgamento do caso da tragédia do Meco começou em meados de abril, com as famílias dos seis jovens que morreram durante a praxe a pedir indemnizações no valor global de 1,3 milhões de euros. Agora, uma testemunha diz que viu os jovens com “pedras amarradas aos pés”.

“Vi-os com pedras amarradas aos pés. O senhor de barbas [João Gouveia] vinha à frente, com a colher de pau na mão e os outros vinham a rastejar a trás. Pareceram-me pedras da calçada, acinzentadas, grandes”, disse, em tribunal, Etelvina Fonseca, a mulher responsável pela limpeza da casa onde o grupo de estudantes ficou alojado, em dezembro de 2013, descrevendo os momentos antes da tragédia.

Agora com 75 anos, Etelvina disse que se apercebeu da chegada do grupo logo na sexta-feira (dia 13 de dezembro de 2013), mas que só no sábado é que a presença dos sete jovens estudantes da Lusófona se fez notar na zona da Aiana, em Sesimbra, escreve o Correio da Manhã.

“Nesse sábado reparei que estavam no jardim da casa a fazer um churrasco e vi duas raparigas a fazer flexões. Uma disse que já não aguentava mais, mas um dos rapazes de barba respondeu que era para continuar”, contou.

Mais tarde, o grupo voltou a ser visto num descampado a realizar atividades relacionadas com a praxe. Este testemunho foi corroborado por outras duas moradoras naquela zona, que garantiram ter visto seis jovens a receber ordens de “um mais alto e com barba que tinha uma colher de pau na mão”.

“Passaram à frente da minha casa a rastejar, cheios de lama e, no caso das raparigas com as meias rasgadas”, acrescentou a vizinha Maria de Jesus.

Apesar de, sobre a noite de dia 14, quando os seis jovens foram levados por uma onda na praia do Meco, ninguém admitir ter visto o que quer que fosse, os depoimentos contrariam as afirmações do ex-dux João Gouveia e deixam claro que o grupo lhe obedecia, enquanto realizavam atividades relacionadas com a praxe académica.

Etelvina Fonseca acrescentou ainda, no seu testemunho em tribunal, que quando foi limpar a casa, no dia 8 de janeiro, não havia qualquer sinal da presença do grupo. “Apenas ficou a colher de pau atrás de uma porta e um balde com água suja”, garantiu.

Já um chefe da Polícia Marítima relatou esta terça-feira que, quando chegaram à casa onde os jovens estavam desde sexta-feira, reparou que as malas destes “estavam ainda por desfazer” e que “os telemóveis estavam desligados e arrumados numa divisão”.

Elísio Silva explicou também que recolheu João Gouveia no hospital de Almada pelas “09h00 ou 10h00”, mas desconhecia que o ex-dux tinha recebido alta hospitalar três horas antes.

ZAP //

4 Comments

  1. Oh, sim… e, por acaso, a tal “testemunha” só “acordou” agora…
    Então os filhos “suicidaram-se” e os pais ainda querem lucrar 1,3 milhões com estupidez dos filhos?!
    Lindo…

    • Se calhar foi por o pai do Dux já não ser juiz com influências politicas como na altura e a bofia abafou as testemunhas. Vai lá saber a verdade. O que se sabe é que o fd foi ilibado e os outros morreram. Se fosse um filho meu o animal tinha visto as t….. nas mãos antes de fechar os olhos.

    • Com jeito só agora foi chamado a tribunal para testemunhar…. Sabes como é os tribunais em Portugal. Prescreve 9)% dos casos da malta graúda.

      • Com jeito ainda és capaz de conseguir aprender a ler e, a comentar só depois de te informares sobre determinado assunto!…
        A suposta testemunha que apareceu agora por milagre (quando os pais (e os advogados parasitas) tentarem lucrar algum com a morte dos filhos), é uma mulher e este julgamento começou há apenas 3 semanas!!
        Onde está “malta graúda”?!

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