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Espanha regressa parcialmente ao trabalho. Confinamento continuará mais duas semanas

Simone Venezia / EPA

O ministro da Saúde espanhol sublinhou que o regresso parcial da atividade económica do país, esta segunda-feira, não pode ser entendido como o fim do isolamento, que continua em vigor.

As empresas, fábricas, setor da construção e outras atividades, consideradas não essenciais, que foram encerradas a 29 de março para travar a propagação do vírus reabrem esta segunda-feira por ordem do Governo. Comércio, centros de lazer e restauração vão continuar fechados.

De acordo com o Público, para reduzir o contágio neste retomar parcial da atividade económica, o Governo espanhol emitiu, este sábado, uma lista de regras que diz aos cidadãos como se devem comportar.

Os espanhóis não podem sair para trabalhar se tiverem sintomas de doença e devem usar o transporte privado, ou ir a pé, sempre que possível. Além disso, devem usar máscara e manter a distância de segurança e evitar aglomerações no posto de trabalho.

As empresas devem criar horários flexíveis, turnos e mecanismos de entrada faseada nos edifícios. As mesas e os computadores devem ser reordenados para garantir a distância de segurança e deve ser minimizado o contacto entre funcionários e clientes.

A partir desta segunda-feira, a polícia vai distribuir dez milhões de máscaras “exclusivamente” para quem tenha que ir trabalhar usando os transportes públicos.

O ministro espanhol da Saúde, Salvador Illa, disse que estas suavizações das medidas de restrição não devem ser interpretadas como sendo o fim do isolamento. “Não vamos suavizar o confinamento depois deste regresso ao trabalho de setores considerados não essenciais. Continuamos na fase do confinamento e temos que ter isso todos muito claro.”

Confinamento continua “pelo menos” mais duas semanas

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou este domingo que a fase de confinamento continuará, “pelo menos”, durante mais duas semanas e avançou que o regresso à normalidade no país será progressivo e cauteloso.

“Não estamos a entrar na segunda fase” porque “o estado de alarme continua e o confinamento geral continua”, disse o chefe do executivo de Espanha na conferência de imprensa realizada por videoconferência desde o Palácio da Moncloa, após a realização de uma videoconferência com os presidentes regionais.

Sánchez também não descartou a possibilidade de manter ou reforçar as restrições atuais, quando a extensão do estado de alarme terminar, no dia 26 de abril. Segundo o chefe do Governo espanhol, tudo dependerá da evolução da pandemia que, até hoje, já matou cerca de 17.000 pessoas no país.

O primeiro-ministro assinalou, no entanto, que existem dados “encorajadores” que confirmam que foram dados os “primeiros passos” decisivos “para uma vitória na luta contra a covid-19”.

Sanchez também afirmou que o executivo que lidera garantirá a proteção e a segurança dos trabalhadores, que receberão máscaras para regressarem aos seus postos de trabalho. “Os trabalhadores que vão recuperar a sua atividade laboral irão contar com essa proteção recomendada”, disse Sánchez na entrevista coletiva por videoconferência, na véspera do retorno dos funcionários às atividades consideradas não essenciais.

A distribuição das máscaras para proteção individual será feita através das forças e corpos de segurança do Estado, indicou.

Na conferência de imprensa também avançou a sua intenção de implementar a chamada renda mínima vital “o quanto antes”, uma iniciativa que responde a um acordo da legislatura firmado entre as duas forças políticas que compõem o Governo (socialistas e Unidas Podemos, extrema-esquerda) já antes do início da pandemia, e para o qual espera ter o apoio de agentes sociais e de forças políticas.

O executivo de Espanha também está a preparar outras medidas nos setores económico e social para a recuperação futura do país, objetivo pelo qual mais uma vez Sánchez lançou um apelo à unidade e à “diminuição urgente” da tensão política.

Disse esperar que, até ao final da próxima semana, seja realizada uma primeira reunião para promover novos ‘Pactos de La Moncloa’, que lancem as bases para a reconstrução do país. “Prometo trabalhar nisso. A redução da tensão política deve começar agora a abrir caminho para a união política” e nessa união, disse Sánchez, devem estar todos, incluindo o PP, como a principal força da oposição.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 109 mil mortos e infetou quase 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Em Espanha, as autoridades sanitárias apontam 16.972 mortos e 166.019 casos de infeção.

ZAP // Lusa

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