A revista norte-americana Science elegeu esta quinta-feira os 10 maiores avanços da ciência em 2014, e o encontro da nave Rosetta, da Agência Espacial Europeia, com o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko foi escolhido como o “avanço científico número um do top 10 deste ano”
O lançamento da sonda espacial Rosetta, há 10 anos, foi o pontapé de saída para uma jornada épica, o início da primeira tentativa de um encontro com um cometa em movimento.
Após de deixar a Terra em 2004, e de passar 2 anos adormecida à espera do 67P/Churyumov-Gerasimenko, a nave Rosetta acordou e entrou em contacto com o cometa conhecido como 67P em Agosto deste ano, lançando depois a sonda Philae, que fez a primeira aterragem bem-sucedida de sempre num cometa.
Depois de pousar no cometa, a sonda-robot conseguiu recolher e enviar à Rosetta uma grande quantidade de informação única, antes de ficar sem bateria.
Ainda que a sonda se encontre agora inactiva, são elevadas as esperanças de que “acorde” no próximo ano e que envie mais informação científica sobre as condições do cometa.
“A aterragem da sonda Philae foi um fantástico feito e captou a atenção do mundo”, disse Tim Appenzeller, o editor da revista Science.
“Mas toda a missão da sonda Roseta é um feito incrível. Tem dado aos cientistas a oportunidade de observarem de camarote a forma como um cometa se aquece, respira e evolui”, vincou.
O TOP 10 da revista Science em 2014
O ZAP acompanhou a aventura da nave Roseta com mais de uma dezena de artigos, e teve oportunidade de dar a conhecer aos nossos leitores 8 das 10 proezas científicas que a Science escolheu para o Top 10 dos feitos científicos de 2014.
Aqui estão os restantes nove mais significativos avanços da ciência em 2014:
– Uma série de artigos sobre como os dinossauros evoluíram para se tornarem pássaros.
– Uma investigação que mostrou que o sangue de um rato jovem pode rejuvenescer os músculos e cérebro de ratos mais velhos, o que levou a um ensaio clínico em humanos com a doença de Alzheimer.
– Equipas de robots que colaboram para obter uma tarefa sem a supervisão de humanos.
– O desenvolvimento liderado pela IBM de chips de computadores que simulam a arquitetura de um cérebro humano.
– Novas formas do crescimento de células que se assemelham a células estaminais, que produzem a insulina do pâncreas e que podem ser um novo caminho para o estudo da diabetes.
– A descoberta de que pinturas rupestres na Indonésia, que se julgava ter 10 mil anos, têm afinal entre 35 mil e 40 mil anos.
– Avanços na manipulação das memórias dos ratos usando a optogenética, ou feixes de luz.
– Satélites baratos com lados de dez centímetros, chamados CubeSats, que foram saudados pela sua incursão na “ciência real”.
– A engenharia da bactéria E.coli sintética com dois nucleótidos adicionais – X e Y – além dos normais G, T, C e A que compõem a construção em blocos de DNA.
ZAP / Lusa
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