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Empresas alemãs sob suspeita de corrupção no caso do submarino argentino

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Mauricio Arduin / EPA

Familiares dos 44 marinheiros desaparecidos com o submarino ARA San Juan exigem que as autoridades retomem as buscas

As duas empresas alemãs que forneceram as baterias do submarino desaparecido ARA San Juan estão sob suspeita terem pagado subornos para conseguir o contrato e de ter oferecido peças de qualidade inferior, segundo informações da emissora regional pública alemã “Bayerische Rundfunk”.

O Ministério do Interior alemão confirmou à emissora que recebeu um documento da comissão de Negócios Estrangeiros do parlamento argentino a solicitar informação sobre o caso, e que remeteu a petição ao ministério da Economia.

“Há suspeita de que as baterias não tinham a qualidade que deviam ter“, em parte ou de todo, declarou a presidente da comissão parlamentar, Cornelia Schmidt-Liermann“.

Também não sabemos de onde vieram as baterias, se da Alemanha ou de outro país. Por isso queremos saber quem são os técnicos estavam de serviço, e quem assinou, quem disse bom, isto já está reparado“, concluiu a parlamentar.

A parlamentar salienta que há a suspeita de que houve subornos, que “empresas alemãs estiveram envolvidas”, e que se tem dirigido ao governo alemão por escrito a pedir dados sobre o caso.

As suspeitas sugerem que houve corrupção“, destacou o ministro argentino da Defesa, Oscar Aguad, que tornou públicas as suspeitas há dias atrás na Argentina, país que continua sem notícias do paradeiro do submarino que desapareceu a 15 de novembro, no Atlântico Sul, com 44 tripulantes a bordo.

Aguad recorda que houve uma denúncia sobre suposta corrupção perante os tribunais que foi “varrida para debaixo do tapete” e não investigada, e aponta que há também testemunhos que indicam que foram usados materiais sem a qualidade requerida.

As empresas alemãs sob suspeita são a Ferrostaal e a EnerSys-Hawker e, segundo emissora, não se documentou suficientemente os trabalhos que realizaram quando o submarino, de fabricação alemã e incorporado à Marinha argentina em 1985, foi submetido a um processo de reparação no qual, entre outros trabalhos, foram trocadas as baterias.

O “ARA San Juan” reportou a sua posição pela última vez na manhã de 15 de novembro, na área do Golfo de San Jorge, a 432 quilómetros da costa argentina.

Horas antes, o comandante tinha comunicado que uma infiltração tinha lançado água sobre as baterias, o que provocou um curto-circuito e princípio de incêndio, problema que deu por reparado, tendo continuado rumo à base, em Mar de la Plata.

Segundo a emissora alemã, a Ferrostaal e a EnerSys-Hawker assinaram um contrato no valor de 5,1 milhões de euros para o fornecimento de 964 baterias, no âmbito do qual terão presumivelmente pagado os subornos.

A Ferrostaal respondeu à emissora rejeitando qualquer responsabilidade, explicando que se limitou a intermediar o contrato e cobrar uma comissão por isso. A EnerSys-Hawker, fornecedora das baterias, não respondeu às perguntas.

// EFE

2 Comments

  1. Claro!
    Já se sabe que por onde andou a Ferrostaal há corrupção!…
    E quando à corrupção “à grande”, há sempre empresas alemãs!…

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