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Fotos mostram que o ARA San Juan sofreu uma implosão. Está a 907m de profundidade

(h) Armada Argentina

Uma das três fotos do ARA San Juan disponibilizadas pela Armada Argentina aos familiares dos tripulantes

O submarino argentino San Juan, que desapareceu a 15 de novembro de 2017, com 44 tripulantes e foi descoberto na sexta-feira no Oceano Atlântico, sofreu uma “implosão”, avançou este sábado o comandante da base naval de Mar de la Plata.

“O submarino ARA San Juan sofreu uma implosão. Encontra-se alojado numa cavidade a mais de 907 metros de profundidade, o que impediu a sua localização pelos radares”, disse Gabriel Attis, comandante da base naval de Mar de la Plata,

O comandante anunciou que há três imagens autorizadas pela justiça para serem mostradas aos familiares das vítimas, tiradas durante a descoberta, da vela, da hélice e da secção da proa.

Um ano e um dia depois do seu desaparecimento, o submarino foi descoberto esta sexta-feira, ao largo da Patagónia, por um robô submarino da Ocean Infinity equipado com câmaras subaquáticas.

A empresa norte-americana foi contratada pela Marinha argentina, que não dispunha dos meios necessários para realizar as buscas em profundidade, para encontrar o submarino desaparecido.

O responsável escusou-se a avançar sobre a possibilidade de retirar do fundo do oceano os restos do aparelho, uma das exigências dos familiares das 44 vítimas. “Agora temos de ver em que estado está o casco e o que se pode fazer. Não acredito ser conveniente, de momento, avançar uma resposta a esse respeito”, acrescentou.

Gabriel Attis fez as declarações à saída do hotel onde se encontram parte dos familiares das vítimas, a quem deu a conhecer pormenores da descoberta, e deslocou-se, posteriormente, para a base naval, onde estão outras pessoas próximas das vítimas, para lhes fornecer os mesmos dados e mostrar-lhes as fotografias recolhidas.

(h) Armada Argentina / EFE / EPA

O ARA San Juan era um dos três submarinos da armada argentina. Fabricado na Alemanha e lançado ao mar em 1983,, entre 2007 e 2014, foi sujeito a intervenções de manutenção que prolongariam o seu uso por mais 30 anos.

O capitão realçou que o submarino se encontra “num lugar profundo”, alojado “numa cavidade de 907 metros”. “Por isso estava oculto aos sonares”, precisou o responsável, acrescentando que “o lugar onde se encontra é onde devia estar às 10:53, do dia 15 de novembro de 2017, na área 1, a zona de busca onde tudo começou“.

No final de 2017 e no início de 2018, navios de uma dúzia de países tinham tentado localizar o submarino, sem sucesso, e a Marinha argentina prosseguiu a busca com poucos recursos.

Agora é outro capítulo que se abre. Depois de analisar o estado do submarino, vamos ver como vamos proceder”, acrescentou o porta-voz.

A 15 de novembro de 2017, o submarino, de fabrico alemão, comunicou pela última vez a sua posição, quando regressava do porto austral de Ushuaia à sua base no mar da Prata.

Antes de desaparecer, o comandante relatou um problema com as baterias, que não constituía obstáculo à navegação para a base em Mar de la Plata. A entrada de água numa válvula defeituosa do sistema de ventilação dos motores durante as subidas para a superfície é a hipótese privilegiada pelos especialistas para explicar o acidente.

ZAP // Lusa

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