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Submarino ARA San Juan está a ser procurado em zona de profundos desfiladeiros

Armada Argentina / Twitter

Submarino ARA San Juan da Armada Argentina

A embarcação da empresa americana Ocean Infinity contratada pelo governo da Argentina para procurar o submarino ARA San Juan, que desapareceu há dez meses no Oceano Atlântico, começou a rastrear neste fim-de-semana uma zona de profundos desfiladeiros.

Segundo os últimos dados divulgados em conjunto pela empresa americana e a Marinha da Argentina, o navio Seabed Construtor lançou um dos cinco veículos autónomos submarinos (AUV) numa região com profundos desfiladeiros submersos.

Segundo a Força Naval, os desfiladeiros são uma espécie de rios submersos formados há milhões de anos, com uma cabeceira de 800 metros de largura e compostos de areia, argila, silte e outros materiais.

Essas formações podem chegar a atingir cerca de um quilómetro de profundidade e contam com “pequenas formações de corais”, devido à presença de jazigos de gás natural.

O Seabed Construtor zarpou a 7 de setembro com familiares e membros da Marinha a bordo para tentar localizar o submarino e já descartou cerca de cem objetos detetados na área de operações.

Atualmente, há outros três AUV situados noutras zonas de busca do Atlântico, onde o submarino desapareceu a 15 de novembro de 2017 com 44 tripulantes, depois de ter zarpado do porto de Ushuaia para uma missão de vigilância.

O San Juan encontrava-se a mais de 400 km da costa da Patagónia, no litoral da província de Chubut, quando estabeleceu contacto pela última vez.  O plano de buscas previa que o submarino se encontrasse a 430 quilómetros do ponto mais próximo da costa a sudeste da península de Valdés.

Antes de desaparecer, o submarino argentino enviou sete pedidos de socorro. As tentativas de comunicação da embarcação “indicam que a tripulação está a tentar restabelecer contacto. Estamos a tentar localizar a fonte das emissões”, afirmou na altura a Marinha argentina, acrescentando que as chamadas duraram entre quatro e 36 segundos.

De acordo com o Ministério da Defesa, o contacto não chegou a ser estabelecido com o submarino, mas as autoridades tentaram localizar o emissor e tudo indica que a tripulação tentou realmente entrar em contacto com terra.

A 1 de dezembro do ano passado, a Argentina deu como mortos os 44 tripulantes do submarino e anunciou que já não estava à procura de sobreviventes. “Está estabelecido e calculado internacionalmente que sete dias é o tempo que um submarino acidentado deve e pode esperar pela ajuda externa”, explicou então o comandante Taveira Pinto, diretor técnico-pedagógico do Centro de Instrução de Submarino.

O ARA San Juan é um dos três submarinos da frota argentina. Fabricado na Alemanha e lançado ao mar em 1983, a embarcação tem 65 metros de comprimento e sete de largura. Entre 2007 e 2014, foi sujeito a intervenções de manutenção que prolongaram o seu uso por mais 30 anos.

ZAP // EFE

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