Paul Manafort, chefe da campanha do candidato presidencial republicano, Donald Trump, terá recebido, durante seis anos, cerca de 13 milhões de dólares de um partido pró-russo, noticiou esta segunda-feira o The New York Times.
A quantia consta de livros de contabilidade secretos do Partido das Regiões do ex-Presidente ucraniano Viktor Yushchenko, agora revelados pelo Gabinete Anti-Corrupção, em Kiev, onde surgem pagamentos em efetivo a Manafort de 12,7 milhões de dólares.
Segundo o jornal norte-americano, os investigadores ucranianos acreditam que os pagamentos, escritos à mão nos livros entre 2007 e 2013, fazem parte de um sistema de contabilidade ilegal do partido de Yushchenko.
A investigação, levada a cabo pela Procuradoria-Geral da Ucrânia, indica também uma rede de empresas estabelecidas em paraísos fiscais que ajudaram membros do círculo próximo do ex-Chefe de Estado a financiar o seu “sumptuoso” estilo de vida.
O diário nova-iorquino assegura que entre as transações duvidosas está um acordo por 18 milhões de dólares, para vender os ativos de uma televisão por cabo a um consórcio constituído por Manafort e pelo oligarca russo Oleg Deripaska, próximo do Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Apesar de não ter sido provado que Manafort tenha recebido os pagamentos e não está a ser investigado por atividades em paraísos fiscais do círculo próximo de Yushchenko, os investigadores acreditam, todavia, que devia conhecer a abrangência das suas gestões financeiras, adianta o The New York Times.
“Paul Manafort está nas contas ocultas do Partido das Regiões e o seu nome aparece 22 vezes. Porém, queremos deixar claro que a sua presença na lista não mostra necessariamente que tenha recebido aquele dinheiro”, esclarece o Gabinete Anti-Corrupção, em Kiev.
As autoridades ucranianas admitem que não é claro o propósito dos pagamentos registados nos livros de contabilidade secretos, porque as assinaturas que aparecem na coluna dos que recebem “têm de ser verificadas” e podem pertencer “a outras pessoas”.
Richard Hibey, advogado de Paul Manafort, assegurou ao diário nova-iorquino que o seu cliente “jamais recebeu esse tipo de pagamentos” e adiantou que se trata de meras “suposições” que “muito provavelmente” estão envolvidas em “manipulações políticas”.
Segundo a Agência EFE, Manfort dedicou grande parte da sua carreira à consultadoria internacional, desde que começou a trabalhar na década de 1980 com o ditador filipino Ferdinand Marcos, até um dos seus últimos clientes, que foi o ex-Presidente ucraniano Viktor Yushchenko.
O The New York Times assegura ainda que o atual chefe de campanha presidencial de Donald Trump e a sua consultora ajudaram Viktor Yushchenko a vencer várias eleições, num período em que Manafort não estava registado como agente estrangeiro no Departamento de Justiça norte-americano.
/Lusa
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