O Centro Europeu para o Controlo de Doenças (ECDC) destacou Portugal e Islândia como os únicos países a não incluírem na vacinação as pessoas anteriormente infetadas pelo vírus SARS-CoV-2.
As pessoas que já tiveram covid-19 e recuperaram da doença também vão ser vacinadas, garantiu esta segunda-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS), explicando que a sua exclusão da primeira fase se deve à escassez de vacinas.
Num esclarecimento enviado à Lusa, na sequência da denúncia da Ordem dos Médicos a partir do relatório do Centro Europeu para o Controlo de Doenças (ECDC), a autoridade de saúde nacional diz que o tema está “em constante monitorização”.
“Em Portugal, as pessoas que recuperaram da infeção por SARS-CoV-2 vão ser vacinadas. Não se trata de não vacinar os recuperados. No entanto, neste momento, encontramo-nos num cenário em que o número de vacinas ainda é limitado”, começou por explicar a DGS.
“Por isso, num contexto de escassez, devem ser priorizadas as pessoas com maior risco de contrair a infeção por SARS-CoV-2 e que não tenham ainda tido a possibilidade de desenvolver resposta imunológica”, continuou.
Salientando o “princípio de maximização do benefício” perante a reduzida disponibilidade de vacinas, o organismo reitera que “a vacinação de pessoas recuperadas poderá vir a ocorrer logo que a disponibilização de vacinas aumente”. A task force já realçou o aumento das entregas de vacinas previsto para o segundo trimestre.
Por outro lado, a DGS rebate as críticas com os dados sobre as reinfeções por SARS-CoV-2 a nível mundial, argumentando que o número “é muitíssimo baixo” e que as “pouquíssimas reinfeções são habitualmente quadros clínicos ligeiros” da doença.
“Os estudos têm mostrado que a imunidade adquirida após a infeção por SARS-CoV-2 é duradoura e protege de reinfeções, pelo menos com a mesma eficácia que as vacinas (ou até com mais eficácia)”, indica a autoridade de saúde, acrescentando: “A infeção natural pode conferir imunidade até para as novas variantes e por mecanismos adicionais do que a mera produção de anticorpos”.
Sem deixar de expressar a leitura de que os testes serológicos não devem ser tidos em conta para as decisões sobre vacinação, e “enquanto as vacinas forem um bem escasso, a estratégia é vacinar quem mais beneficia da vacinação, isto é, as pessoas que não tiveram oportunidade de adquirir imunidade por não terem tido covid-19”, conclui a DGS.
// Lusa
Coronavírus / Covid-19
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Ach muito bem! Apenas acho (porque nada posso fazer para impedir) que deveriam ser os últimos a serem vacinados. Não porque a maioria não teve cuidado em se proteger, mas sim porque já possuem algumas defesas contra a infeção do Sars-Cov-2. Mas, infelizmente, por causa de certas “pressões”, alguns vão acabar por ser vacinados, á frente de quem deveria. É pena…