A Coreia do Norte continua a indicar que não registou casos confirmados do surto de coronavírus COVID-19 apesar de relatos dos media sul-coreanos, que apontam para mais de 100 soldados de Pyongyang mortos.
Segundo noticiou o News Week, um relatório divulgado na segunda-feira no Rodong Sinmun, o jornal oficial da Coreia do Norte, detalhou os mais recentes esforços de Pyongyang para impedir o ataque do coronavírus, afirmando que “a doença infeciosa ainda não chegou ao país”.
No mesmo dia, o site de notícias Daily NK, da Coreia do Sul, avançou que cerca de 1.800 soldados norte-coreanos sucumbiram ao vírus, estando milhares em quarentena. Citando uma fonte militar anónima, a publicação revelou que os cerca de 100 soldados morreram em janeiro e fevereiro e que outros 3.700 estão em quarentena. A maior parte dos militares que morreram estavam destacados na fronteira com a China ou perto dela.
O News Week entrou em contato com as embaixadas da Coreia do Norte no Reino Unido e na Suíça para solicitar comentários sobre o relatório Daily NK.
Este órgão de comunicação – que afirma que as suas histórias são provenientes de uma rede de informantes norte-coreanos – é frequentemente referido por organizações pela media internacional, tendo sido contactado anteriormente pelo Serviço de Inteligência Nacional da Coreia do Sul para informações.
No seguimento da divulgação do relatório, o Rodong Sinmun publicou um alerta, afirmando que é “absolutamente inaceitável” que qualquer norte-coreano atrapalhe os esforços do Governo para impedir a propagação do coronavírus.
“Até recentemente, alguns cidadãos consideravam o uso de máscaras um fardo pesado e mantinham firme a sua opinião contra aqueles que exigem que se cumpram os regulamentos de quarentena”, referiu o jornal.
Embora o regime ainda não tenha confirmado nenhum caso de coronavírus, a agência Yonhap, da Coreia do Sul, informou na segunda-feira que 10 mil norte-coreanos foram colocados em quarentena, cerca de 40% dos quais entretanto dispensados.
Como notou o News Week, a Coreia do Norte pode estar vulnerável ao surto, devido à longa fronteira que partilha com a China, à sua infraestrutura médica limitada e à saúde precária dos seus habitantes.
O período de quarentena para pessoas em risco é de um mês. As pessoas que possam tiveram contacto com estrangeiros infetados ficam isolados em casa ou em instalações próprias, por mais de 40 dias.
Ainda na segunda-feira, o Rodong Sinmun referiu que o risco do surto é “imprevisível”, acrescentando que “o trabalho para bloquear completamente todas as rotas pelas quais a doença infeciosa pode fluir – fronteira, mar e ar – deve continuar com alta intensidade”.
O jornal Chosun Ilbo, também da Coreia do Sul, informou na semana passada que o líder norte-coreano Kim Jong Un pediu ao presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, ajuda para conter o surto de coronavírus, sugerindo que os relatórios oficiais podem ocultar a extensão do problema.
A nível mundial, já foram infetadas com o COVID-19 mais de 110 mil pessoas. Cerca de 62 mil já recuperaram, enquanto 3.800 morreram.
Coronavírus / Covid-19
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