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Copiloto aumentou a velocidade para que a colisão fosse mais forte

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A análise à segunda caixa negra do A320 da companhia Germanwings que na semana passada se despenhou nos Alpes franceses confirma uma ação deliberada do copiloto para fazer descer o avião a uma maior velocidade, de modo a que o impacto do embate contra as montanhas fosse mais forte.

“Uma primeira leitura” da caixa negra encontrada na quinta-feira “dá a entender que o piloto presente no ‘cockpit’ usou o piloto automático para fazer descer o avião para uma altitude de 100 pés, e depois, em várias ocasiões durante a descida, o piloto modificou as instruções do piloto automático para aumentar a velocidade do avião”, indicou em comunicado o gabinete francês de investigações e análises (BEA).

A caixa, encontrada escurecida pelo fogo e enterrada na montanha, foi transportada para Paris, na quinta-feira, tendo a sua análise começado de imediato.

“Os trabalhos para determinar a sequência precisa de acontecimentos durante o voo continuam”, disso o BEA.

A investigação ao acidente do Airbus A320 da Germanwings, baseada até agora na análise dos sons do ‘cockpit’ registadas na primeira caixa negra, concluíram que o copiloto Andreas Lubitz terá provocado deliberadamente o acidente, que causou a morte a 150 pessoas, ao ficar sozinho no ‘cockpit’ e bloquear a porta do compartimento para impedir o piloto de reentrar.

As investigações feitas na Alemanha indicam que Lubitz sofreu um “episódio depressivo grave” em 2009 e recebeu tratamento para “tendências suicidas”.

A procuradoria de Düsseldorf, onde o copiloto vivia, revelou ainda que Andreas Lubitz procurou na internet informação sobre métodos de suicídio e funcionamento das portas do ‘cockpit’ até à véspera do acidente.

A informação foi apurada pelos procuradores alemães a partir do conteúdo de um ‘tablet’ apreendido numa das residências de Andreas Lubitz.

O copiloto, de 27 anos, procurou na internet informação sobre “formas de cometer suicídio”, “especialmente” entre 16 e 23 de março, véspera do acidente, segundo um comunicado.

Pelo menos num desses dias, Lubitz viu também, “durante vários minutos”, informação sobre “portas de cockpit e disposições de segurança”.

O Airbus A320 da Germanwings, que fazia a ligação entre Barcelona (Espanha) e Düsseldorf (Alemanha), despenhou-se a 24 de março nos Alpes franceses, matando todos os 144 passageiros e seis tripulantes.

/Lusa

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