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Um ano após o confinamento de Wuhan o mundo continua em crise devido à covid-19

Roman Pilipey / EPA

Quase um ano depois da imposição do confinamento na cidade de Wuhan para travar o vírus SARS-CoV-2, que se assinala este sábado, o mundo continua em luta contra a pandemia, apesar do aparecimento de vacinas.

A data do confinamento desta cidade na China, onde apareceu pela primeira vez o novo coronavírus, é assinalada quando surgem mais mutações no vírus, as quais se espalham pelo mundo, e quando a Alemanha e o Reino Unido superam as 50.000 e 100.000 mortes, respetivamente, noticia a Associeted Press (AP).

Além disso, acontece quando os esforços para vacinar as pessoas estão a ser frustrados por alguma desordem na organização da vacinação e pela produção limitada de vacinas o que afeta algumas cidades e regiões do mundo.Até agora, a pandemia de covid-19 já matou mais de dois milhões de pessoas em todo o mundo.

Nos Estados Unidos, o país com maior número de mortos (410.000), o infeciologista Anthony Fauci advertiu para que a “falta de sinceridade” sobre o perigo da ameaça do novo coronavírus, com o ex-presidente Donald Trump, “provavelmente custou vidas”.

Fauci, que foi afastado por Donald Trump, é agora o principal conselheiro médico de Joe Biden e participa num ambicioso esforço para vencer o vírus.

Numa entrevista na televisão norte-americana CNN, Fauci disse que Trump não deu a devida atenção aos conselhos científicos sobre o vírus no país.

“Quando começas a falar sobre coisas que não fazem sentido do ponto de vista médico e científico, isso claramente não ajuda”, disse o infeciologista norte-americano.

Na quinta-feira, Joe Biden assinou uma série ordens para que se faça um ataque mais centralizado contra a pandemia no país e prometeu vacinar 100 milhões de pessoas nos primeiros 100 dias do mandato, um número que alguns especialistas em saúde pública dizem não ser ambicioso o suficiente.

O médico Eric Topol, chefe do Scripps Research Translational Institute, disse que os Estados Unidos deveriam ter como meta vacinar 2,5 milhões por dia.

“Isto já era uma emergência”, afirmou Topol, mas com mais mutações contagiosas do vírus circulando, “tornou-se numa emergência elevada à quarta potência”, disse.

No Reino Unido, onde está a circular uma variante do viris mais contagiosa, o número de mortos atingiu os cerca de 96.000, o maior na Europa, sendo que o principal conselheiro científico do governo alertou para que esta estirpe do vírus pode ser “mais mortal” que a inicial.

Patrick Vallance disse que são necessárias mais investigações, mas que as evidências sugerem que a variante pode matar 13 a 14 pessoas em cada 1.000 infetadas, quando comparada com as 10 pessoas por cada 1.000 no caso do vírus inicial.

A Alemanha, por sua vez, estendeu esta semana o confinamento até 14 de fevereiro devido à preocupação com as mutações no vírus.

Alguns países estão a impor ou a considerar novas restrições no caso das viagens de avião pelo mesmo motivo.

A França anunciou que a partir de domingo vai exigir um teste negativo a quem chegue de outros países da União Europeia, enquanto o Canadá afirmou que pode forçar os passageiros a ficarem em quarentena num hotel, pagando por sua conta própria as despesas à chegada.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, alertou o país: “Ninguém deveria agora tirar férias no estrangeiro. Se ainda tem uma viagem, cancele-a”. “E não reserve uma viagem para as férias de primavera”, advertiu.

Noutro aparente revés, a AstraZeneca divulgou que vai enviar menos doses de sua vacina do que o previsto para a União Europeia devido a problemas na cadeia de abastecimento.

Portugal também teve hoje o pior dia da pandemia, sendo que registou mais 274 mortos e 15333 novas infeções.

ZAP // Lusa

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