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China lança inquérito sobre médico que deu alerta para coronavírus de Wuhan

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Luca Zennaro / EPA

As autoridades chinesas anunciaram hoje que vão abrir um inquérito sobre o caso do médico de Wuhan repreendido pela polícia, depois de em dezembro passado ter feito um alerta sobre o novo coronavírus.

O médico Li Wenliang morreu esta manhã na cidade, no centro do surto do coronavírus, na província de Hubei, desencadeando uma onda de críticas nas redes sociais chinesas por numerosos internautas que o consideraram um herói.

Em comunicado, o órgão do Partido Comunista Chinês encarregado de lutar contra a corrupção anunciou o envio de uma equipa para Wuhan “para realizar um inquérito exaustivo sobre as circunstâncias relativas ao caso do médico Li Wenliang, tal como foram referidas pelas massas”.

Numa mensagem eletrónica dirigida aos colegas, este oftalmologista alertava para o aparecimento de um coronavírus na cidade de 11 milhões de habitantes, atualmente em quarentena.

Com sete outras pessoas, Li foi convocado, em 30 de dezembro, pela polícia local que o repreendeu por espalhar rumores.

De 34 anos, o médico, contagiado por um doente infetado com o coronavírus, morreu esta manhã num hospital de Wuhan. A notícia da morte foi seguida por uma onda de críticas nas redes sociais chinesas contra os responsáveis locais.

 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

636 mortos e 31 mil infetados

O número de mortos provocados pelo novo coronavírus subiu hoje para 636, com 31.161 pessoas infetadas, anunciaram hoje as autoridades chinesas.

Desde o último balanço, na quinta-feira, registaram-se mais 73 mortes e 3.143 casos de infeção no surto que começou na cidade de Wuhan, na província central de Hubei.

Dos casos de infeção, 4.821 são considerados graves, enquanto 1.540 pessoas que estiveram doentes já tiveram alta, indicou a Comissão Nacional de Saúde chinesa. As autoridades acompanharam mais de 314 mil pacientes, 186.000 dos quais continuam sob observação.

Na Europa, o número de casos confirmados chegou hoje a 31, com novas infeções detetadas no Reino Unido, Alemanha e Itália.

Pessoas com passaporte português bem de saúde

O cônsul geral de Portugal em Macau e Hong Kong disse hoje que as sete pessoas com passaporte português retidas num cruzeiro em Hong Kong, devido ao novo coronavírus, estão bem de saúde.

“Foi-nos dito que todos eles foram submetidos a testes médicos e, até ontem [quinta-feira], não haviam sido detetados problemas de saúde, mantendo-se em quarentena”, escreveu Paulo Cunha-Alves, num e-mail enviado à Lusa.

“O Consulado Geral entrou ontem [quinta-feira] em contacto com a empresa proprietária do navio de cruzeiros a quem pediu mais informações sobre a identidade das sete pessoas, aguardando-se uma resposta”, explicou o diplomata.

Paulo Cunha-Alves frisou ainda que o consulado já solicitou à empresa que facultasse às sete pessoas com passaporte português os contactos do Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong.

Em conferência de imprensa, na quinta-feira, o chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença de Macau, Lam Chong, afirmou que se os portadores de passaporte português forem residentes de Macau, as autoridades de Hong Kong vão comunicar com as autoridades do território, caso contrário “vão comunicar com os serviços consulares” de Portugal.

O Consulado Geral de Portugal estima que existam 170 mil portadores de passaporte português entre os residentes em Macau e em Hong Kong. Destes, apenas cerca de seis ou sete mil serão expatriados.

O Consulado geral de Portugal em Macau e Hong Kong pode ser contactado pelo telefone 00 853 2835 6660, pelo email [email protected] ou através de mensagem na respetiva página da rede social Facebook.

Mais de 3.000 pessoas, entre tripulantes e passageiros, foram mantidas no navio de cruzeiro no porto de Hong Kong para serem submetidas a exames médicos, depois da confirmação de que três passageiros chineses, que haviam viajado anteriormente na embarcação, estavam infetados com o novo coronavírus.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. alguém se vai atrever a pedir responsabilidade e indemnizações ao governo chinês, pela negligência/irresponsabilidade demonstrada no início do problema? era o que o Xi merecia…

    • O Comunismo “serve” para isso e ao mesmo tempo indeitifica o rigeme como COmunista: Ninguem é responsavel por nada, Criminosos e Responsaveis são os do “Povo”. Os do regime são todos uns Santinhos e Serios acima de qualquer suspeita.
      Não é o mesmo que aqui? Quando se faz “perguntas” ninguem viu nada, ninguem se apercebeu de nada, e pergunte isso a outro

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