O chefe do Estado Maior do Exército (CEME), o general Rovisco Duarte, demitiu-se nesta quarta-feira, dois dias após a tomada de posse do novo ministro da Defesa
A notícia, inicialmente avançada pela TVI24, é agora confirmada pela Presidência da República, que através do seu site, dá conta que o Presidente da República recebeu esta quarta-feira por carta o pedido de demissão do general Rovisco Duarte.
Na mesma nota lê-se que Marcelo Rebelo de Sousa “recebeu hoje uma carta do general Francisco José Rovisco Duarte, que, invocando razões pessoais, pede a resignação do cargo chefe do Estado-Maior do Exército”.
“A carta foi transmitida ao Governo, a quem compete, nos termos constitucionais e da lei orgânica das Forças Armadas, propor ao Presidente da República a exoneração de chefias militares, ouvido o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas”.
Em comunicado, o Ministério da Defesa anunciou já ter iniciado o processo de substituição.
O pedido de exoneração de Rovisco Duarte ocorre dois dias depois da tomada de posse do novo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, na sequência da demissão de José Azeredo Lopes do cargo.
O anterior ministro invocou a necessidade de evitar que as Forças Armadas fossem prejudicadas pelo “ataque político” e as acusações de que afirmou estar a ser alvo por causa dos desenvolvimentos da investigação judicial à recuperação do material militar furtado em Tancos, divulgada a 29 de junho de 2017.
A demissão de Rovisco Duarte acontece um ano depois da recuperação da maior parte do material, divulgada pela Polícia Judiciária Militar, em comunicado, no dia 18 de outubro de 2017, na Chamusca, a cerca de 20 quilómetros dos paióis de Tancos.
A investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada Operação Húbris, levou à detenção para interrogatório de militares da PJM e da GNR.
A demissão de Rovisco Duarte já tinha sido defendida pelo CDS-PP, que propôs na Assembleia uma comissão de inquérito para apurar as responsabilidades pelo furto.
Rovisco Duarte foi empossado em abril de 2016. Foi chefe de gabinete do Chefe do Estado-Maior do Exército, entre fevereiro de 2010 e novembro de 2012, passando em seguida para as funções de diretor coordenador do Estado-Maior do Exército, até setembro de 2013.
Em outubro de 2013, assumiu as funções de Comandante do Comando de Instrução e Doutrina, até julho de 2015, desempenhando nessa qualidade um papel relevante na execução da reforma do ensino não superior militar promovida pelo anterior ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco.
Rovisco Duarte foi nomeado após a demissão do general Carlos Jerónimo, na sequência de uma polémica com o ministro da Defesa, devido a declarações do subdiretor do Colégio Militar sobre a forma como a instituição gere situações de exclusão entre alunos por razões de orientação sexual.
ZAP // Lusa
Já vai tarde…
Apesar de outras trapalhadas, este caso de Tancos,na verdade um caso de Tansos, é o grande calcanhar de Aquiles deste governo e a maior ameaça a uma possível maioria absoluta do PS.
Obviamente, a demissão é política, é forçada e é tardia. O governo esteve aqui magnificamente representado por um ministro da Defesa que nunca soube de nada e as FA por um chefe do Estado-Maior do Exército, de encomenda do ministro da Defesa, que nada fez.
Mas o país pode dormir descansado. Felizmente, ainda temos denúncias anónimas
Este artista devia ter-se demitido logo que o caso de Tancos veio público!
Ele e todos os comandantes responsáveis pela guarda dos paios!
Além de não o fazerem, ainda andaram a esconder tudo e a tentar impedir que a justiça esclarecesse o que se passou!
Mostraram que, além de não terem respeito pelas forças armadas que representam, também não tem respeito pelos portugueses nem por Portugal!!