A Caixa Geral de Depósitos (CGD) rejeitou enviar para o Parlamento as conclusões de uma auditoria que aponta que o banco público perdeu milhões com créditos de risco e negócios ruinosos. E foi Joana Amaral Dias, ex-deputada do Bloco de Esquerda, quem as divulgou na CMTV.
A auditoria à gestão da CGD nos últimos 16 anos, ou seja, no período de 2000 a 2015, foi solicitada pelo Governo em 2016, depois de um projecto de resolução aprovado no Parlamento, no seguimento da recapitalização do banco público.
O documento foi concluído em 2018, mas nunca chegou ao Parlamento porque a CGD recusou-se a enviar as conclusões da auditoria invocando o segredo de justiça, pelo facto de o relatório ter sido enviado para a Procuradoria Geral da República, como destaca o Observador.
E foi Joana Amaral Dias quem divulgou os dados da auditoria na CMTV, onde é comentadora. A ex-deputada do Bloco de Esquerda sublinhou no Fórum TSF que o fez porque o documento “era de interesse público” e “da máxima relevância nacional”.
Joana Amaral Dias também critica que está em causa a concessão de créditos de risco “a fundo perdido”, numa “rede de favores”, notando que os sucessivos Governos permitiram à Caixa atribuir “milhões aos seus amigos ou a outras pessoas por manifesto interesse, sem qualquer garantia”, “mesmo quando os pareceres técnicos eram desfavoráveis ou mesmo sem qualquer estudo”.
Perdas de 1.200 milhões de euros com créditos de risco
O relatório, uma versão preliminar da auditoria independente que foi realizada pela EY, foi, entretanto, divulgado por órgãos de comunicação social como o Expresso, o Eco e o Jornal Económico.
Estas publicações notam que a CGD perdeu 1.200 milhões de euros em créditos de risco entre 2000 e 2015, depois de as administrações do Banco terem ignorado pareceres de análise de risco, concedendo empréstimos sem garantias suficientes, conforme apurou a auditoria.
A EY detectou falhas em 46 créditos que geraram perdas assumidas pelo Banco, com o empréstimo à fábrica da ex-La Seda em Sines, a Artlant, a provocar o maior buraco – de um crédito de 350,8 milhões de euros, 211 milhões foram dados como perdidos.
O empresário madeirense Joe Berardo também surge entre os maiores devedores da CGD, com empréstimos de 267 milhões de euros à sua Fundação a resultarem em prejuízos de 124 milhões para a entidade financeira.
No caso do projecto Vale do Lobo, que envolve a imobiliária Birchview e o Grupo QDL, a CGD perdeu 30% dos 170 milhões de euros que concedeu de crédito.
A auditoria também assinala que a CGD perdeu milhões com vários negócios ruinosos, nomeadamente com o investimento em acções do BCP que resultou em perdas de 555 milhões de euros. O relatório da EY critica também o facto de o Banco do Estado ter aprovado a saída de lideres de topo para o BCP, como aconteceu com Armando Vara que, na semana passada, começou a cumprir pena de prisão pelo crime de tráfico de influências enquanto ex-ministro.
O investimento nas chamadas obrigações Caravela também provocou prejuízos de 340 milhões de euros à CGD, tal como a aquisição de acções na La Seda, o investimento em imobiliário em Espanha e as aplicações feitas no capital da Vista Alegre.
Administradores receberam bónus mesmo com prejuízos
O relatório da EY também aponta que os administradores da CGD receberam “remuneração variável” e “voto de confiança”, mesmo com resultados negativos.
As decisões de atribuição de bónus “foram tomadas de forma avulsa“, conclui ainda a auditoria.
A auditoria realça que “em nenhum momento foi identificada a atribuição de remunerações variáveis em forma de instrumento financeiro” que incentivassem a um equilíbrio entre capital e riscos, nem a implementação de cláusulas de ‘clawback’, que permitem vincular os gestores com as decisões passadas.
A EY acredita que estas medidas poderiam ter contribuído para um “processo de decisão de crédito mais sustentado e atento ao risco”, permitindo ainda apurar responsabilidades “nas perdas significativas verificadas entre 2011 e 2015”.
A consultora revelou ainda que “o volume de imparidades da CGD evoluiu de 46,9% em 2013 para 58,1% em 2015” no sector da construção e imobiliário. Os restantes bancos todos apresentaram a situação inversa, reduzindo as imparidades na concessão de crédito às empresas deste segmento.
O Governo já anunciou, através de uma nota do Ministério das Finanças enviada à agência Lusa, que “solicitou à Administração da CGD que fossem efectuadas todas as diligências necessárias para apurar quaisquer responsabilidades” pelos actos de má gestão assinalados pela auditoria.
O Executivo também refere que recomendou ao Conselho de Administração da CGD “a necessidade de tomar as medidas adequadas para a defesa da situação patrimonial” do Banco.
Marcelo Rebelo de Sousa também já se pronunciou sobre o caso, recusando-se a fazer considerações. “Isso há-de chegar às minhas mãos. Vou ter de me pronunciar, vou esperar por esse momento”, notou o Presidente da República.
ZAP // Lusa
Quem paga todos esses milhões? Serão sempre aqueles que menos têm, porque os barões estão isentos dessas “obrigações”. E porque será que é sempre o Povo a pagar estes prejuízos quando são os políticos que governam, os administradores, gestores & Companhia, os únicos responsáveis por toda esta situação?
Eu ouvi dizer que havia empréstimos a empresas já falidas (com empresas espalhadas por ai com contabilidades certificadas e nada fantasiosas e para terem empréstimos semelhantes têm de dar garantias reais,avais etc) e que um alto dirigente do PS que já faleceu, recebia a sua comissão nas áreas de serviço aos milhares de euros em envelopes.
Mas isto até pode nem ser verdade, afinal estamos num País transparente e eticamente exemplar…
Tudo a saque… e sem pena ou castigo que se aplauda.
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O povo que vive nos brandos estrumes, continua a ter de pagar sem fazer barulho e sem polícias e juízes que os defendam dos ladrões que chegam ao poder.
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O jardim que produziu os cravos vermelhos de Abril, afinal estava infestado de vermes, e até parece que
foram cair todos na pia da política.
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Não haverá um que se aproveite?!
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Quiseram acabar com a ditadura para que ninguém mais morresse na guerra, mas de facto, estão a matar-nos de desilusão e nas vidas sem esperança estão a semear o desejo de um tirano justiceiro e impiedoso.
Acho que não foi só por causa da guerra que se acabou com a ditadura.
Cuidado Joana Amaral Dias, ainda lhe acontece o mesmo que aconteceu ao Rui Pinto..:)
Bem visto e bem dito José Carlos!
Este antro de gandins armado em país, só mesmo com um reset! Pode ser que o Apophis acerte em Portugal já em 2029. Enquanto há vida, há esperança…
Regímen cleptocrático no seu explendor!
https://www.youtube.com/watch?v=8ur7ne3SWwc
Joana Amaral Dias está a prestar um verdadeiro serviço ao pais por isso ponha-se a pau… esta-se a meter com eles…!
E tenha cuidado com o alerta de José Carlos 23 Janeiro, 2019 at 16:15… ainda a metem na cadeia por dizer verdades e abrir os olhinho ao povo, este mesmo povinho que “por da cá aquela palha” ou por um balde de agua mata o vizinho à sacholada mas que tolera que estes bandalhos que nos desgovernam hipotequem o futuro dos nossos descendentes. O da actual geraçao já ja esta na penuria há muito!
Precisamos de um novo estado (para nao dizer estado novo e ferir susceptibilidades). Se olharmos à volta do mundo já se notam as evidencias do radicalismo que por aí vem, por cansado do povo com tanta gatunagem.
Um autêntico país do faz de conta, cambada!!!!!!
Querem empresas publicas? Ai está o resultado
Pois claro!!!
Nos bancos privados, tipo BES e outros, os resultados foram excelentes.
Hahahaaaa!…
Claro, até porque quem desapareceu com o dinheiro da CGD nem foram empresas privadas, nem nada!!
Mas bons, mesmo bons, são os bancos privados – tipo BES, Banif, BPN, BPP, etc – onde a magnífica gestão privada sempre foi exemplar!…
Isto já para não falar no Lehman Brothers e de outra centena de bancos pelo mundo fora!
Foram todos gerido exemplarmente por gente paga a peso de ouro – que ainda foi premiada pelo excelente trabalho!
Governadas por ex-politicos ou protegidos por politicos. A falencia do BANIF foi decidida pelo governo. O BES a mesma coisa. Há empresas privadas que dão prejuizo, mas em média, as empresas privadas dão lucro. Coisa que não acontece no Estado a unica maneira de alguma empresa dar lucro no Estado é se o Estado garantir que tem um monopólio
Claro; políticos (e companhia!) que trabalham para os interesses de empresas PRIVADAS!!
As empresas do Estado devem estar apenas nos sectores essenciais e o importante não é dar lucro; é servir a população!
Os CTT davam lucro e serviam relativamente bem a população; agora estão a ser deslapidados, com os preços sempre a aumentar, os serviços sempre a piorar, não servem a população – principalmente a do interior, porque não dá lucro!!!
Isto já para não falar em águas, saneamento, energia, transportes, etc, etc…
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Um artigo muito interessante, onde se vê a “qualidade” do serviço e da gestão privada num dos sectores essenciais (água):
“Privatizações revertidas em 35 países – 180 cidades recuperam gestão da água”
http://www.aia-regiaosetubal.pt/index.php?q=noticia/privatizacoes-revertidas-em-35-paises-180-cidades-recuperam-gestao-da-agua
O importante nao é dar lucro? Depois quem paga as despesas do Estado? A classe média. Os CTT estavam pendurados num monopólio em que podiam cobrar caro e havia o serviço de cartas que teve um decrescimo natural. Transportes dao sempre prejuizo e o prejuizo tem de ser coberto com “subsidios” ou seja a classe média a pagar. Energia a 2a mais cara da Europa devido à intervenção estatal de subsidiar renováveis. Paga classe média. Água o desperdicio da agua pelo país é qualquer coisa à volta de 50%. O que vale é que Portugal é um país rico em água senão neste momento já havia racionamento. Saneamento outro monopolio
Não, não é!
Classe media?! Não, pagam todos!…
Como andam a pagar prejuízos PRIVADOS do BES, BPN, etc…
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Os CTT podiam cobrar caro?
Mas não cobravam e trabalhavam bem!
Agora, que são PRIVADOS, é que cobram caríssimo (aumentaram mais os preços em 3 anos, do que nos 10 anos anteriores!) e o serviço está cada vez pior (e menos acessível à população)!…
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“Transportes dao sempre prejuizo e o prejuizo tem de ser coberto com “subsidios” ou seja a classe média a pagar”
Pagam todos – principalmente quem não vive na área do grande Porto e Lisboa (eu não me lembro da ultima vez que andei de transportes públicos)!..
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“intervenção estatal de subsidiar renováveis”
Claro – mais uma vez, o Estado a subsidiar PRIVADOS!!
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“Saneamento outro monopolio”
Monopólio onde?
Não faltam concelhos em Portugal onde água e o saneamento foram PRIVATIZADOS (normalmente com consequências ruinosas para o município e os munícipes!) – onde eu moro é há uma dessas “mega burlas” que se arrasta nos tribunais há anos…
Mas, não é só em Portugal – o caso das águas da cidade de Berlim é um dos mais caricatos e mostra bem quão bem funciona a gestão PRIVADA de serviço publico essencial:
https://brasil.elpais.com/brasil/2015/06/05/politica/1433533748_741282.html
Mais uma vez não soube interpretar português e volta a dizer coisas que não são verdade. Intervenção estatal de subsidiar renováveis, não quer dizer intervenção estatal para o Estado pagar as renováveis, quer dizer intervenção estatal para obrigar as pessoas a pagarem obrigatoriamente as renováveis através da factura da electricidade. Depois diz que pagam todos não é só a classe média. Mentira. Muita gente não paga IRS está isenta. Depois o fundo de resolução q vai pagar o BES não é Estatal. O Estado pode ter emprestado o dinheiro ao fundo de resolução agora, mas quem vai pagar o buraco do BES vai ser o BCP e companhia que são quem vai capitalizar o fundo de resolução. Os CTT sabiam que a correspondência estava a cair de ano para ano e você como bom demagogo q é ignora isso. E não vejo qq qualidade a cair. Monopólios privados garantidos pelo Estado ou monopólios do Estado são igualmente maus.
.. quer empresas privadas para o saque ser ainda pior ? se escrevesse que era de os colocar no Campo Pequeno com uma manada á deriva aí sim.
está mais que evidente,as mãos se socrates.por aqui…agora é partir para confiscar tudo e todos envolvidos…as riquezas não desaparecem…estão escondidas…é procura-las.
O povo aguenta ai aguenta ,aguenta , mas talvês haverá um dia em que se nos esgote a paciência , até lá vamos continuando a discutir o futebol !
É o que faz contratarem administradores de fraca qualidade. Qualquer recém licenciado faria um trabalho bem melhor e com um salário bem mais baixo. A CGD só em salários poupava uns bons milhões. A solução está em cortar nos salários e prémios dos administradores e no caso de fazerem aldrabices, metê-los na cadeia.
… este país está tão roto, tão podre que mete nojo e sem culpados. Depois existem heranças de 17 milhões de euros.
Quantos M€ terão sido desviados para contas particulares, cujos donos estão com a família neste momento a banhar-se de sol e a divertir-se com as asneiradas deste país?
Todos opinam sobre o assunto, mas alguém já passou a vista por um pdf do documento de que toda a gente fala? Quem tera a coragem de o disponibilizar?
Isto deve ter havido algum concurso entre banca privada e pública para ver qual ganharia o prémio de pior gestão, estranho em todo o caso a banca pública que muitos imaginam imaculada se meter numa trapalhada destas.
A Caixa recusou-se?!!!!! Para que serve o governo?!!!!!
A CGD, como grande parte dos organismos públicos auto-promove-se sem mexer uma palha e muitas vezes tem gestão danosa. Cá por mim acabava-se com a CGD e com aquele antro de amiguinhos que nada fazem e quando fazem algo é para seu próprio proveito. Abaixo a CGD!!!
chama-se a isto entregar o ouro aos bandidos ou pôr os lobos a guardar os rebanhos. apontem-me um único destes, como dizia a Mortágua “o melhor ceo da europa e arredores” que defenda a coisa pública. só pode bem gerir um negócio quem realmente o defende e não quem o quer ver acabado sem possibilidades de fazer frente à ideologia que defende que é a ganancia do lucro desmedido.
Louvados pais -também eles grandes- que educaram uma tão grande mulher (e ótima profissional). Muitos parabéns!
Olhe que ela não é assim tão grande. Nem em altura nem em intelecto. Apenas pensa que é. É gira e nada mais.
Nada disso. Conheço-a profissionalmente, onde também -e até aí- está toda LÁ.
No dia 21 eu estive presente…
… Portugal no Auge da CORRUPUÇÃO.