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“Está na altura de a banca também dar alguma coisa à economia”

Homem de Gouveia / Lusa

Catarina Martins, Bloco de Esquerda

Este domingo, Catarina Martins considerou que “está na altura da banca também dar alguma coisa à economia”, defendendo a imposição de regras tal como está a acontecer com outros setores.

Em entrevista à RTP, a coordenadora do Bloco de Esquerda considerou que, em termos de respostas no âmbito da economia, “a principal preocupação tem que ser proteger o emprego”. “É preciso olhar para aqueles setores que têm um grande peso nos custos das empresas, das pequenas empresas e eles têm que ser chamados a contribuir: os custos de energia, as rendas e a banca.”

Para Catarina Martins, “o sistema financeiro não pode ficar simplesmente na posição do intermediário do crédito” durante a resposta a esta crise, pedindo “moratórias às hipotecas e suspensão das prestações bancárias que as empresas estão a pagar”. “Toda a economia portuguesa tem pago milhares de milhões à banca, está na altura da banca também dar alguma coisa à economia.”

Garantindo que o Bloco de Esquerda tem “toda a solidariedade com o Governo” por saber que “este é um momento difícil”, para a líder é evidente que não se pode “estar a tentar negociar com a banca”. “É preciso impor-lhes regras, como se impõe a outros setores da economia. Se nós não impusermos regras ao sistema financeiro, então a economia e as empresas não vão ter capacidade de manter o emprego”, justificou.

Catarina Martins enalteceu haver “empresas e empresários que estão a fazer o que podem e o que não podem para manter emprego”, mas lamentou haver “empresas que a primeira coisa que fizeram foi despedir todos os precários que puderam”.

“Quem pense que neste momento é mais fácil despedir, pense duas vezes. Se todas as empresas fizerem o mesmo, quando este surto passar e estivermos em crise económica nenhuma empresa vai conseguir pôr-se de pé outra vez, porque não há ninguém com salário para ser cliente”, advertiu.

A líder do BE deixou assim um apelo à “responsabilidade coletiva”, na qual as empresas também têm “uma responsabilidade solidária para com a economia”. “Devem ser apoiadas e fortemente apoiadas, mas também devem tomar decisões que permitam a recuperação da economia.”

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 324 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 14.396 morreram. Em Portugal, há 14 mortes e 1.600 infeções confirmadas.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 2 de abril. Além disso, o Governo declarou na terça-feira o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

ZAP // Lusa

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