O Governo terá acordado um novo mecanismo para aumentar o número de freguesias. Ex-governantes denunciam “negócio partidário” e “favor político ao PCP”.
Ao fim de dois anos de negociações, o Governo terá chegado a um relativo consenso junto das associações de municípios e de freguesias para avançar com um novo mecanismo para aumentar o número de freguesias. Os pressupostos do executivo deverão levar à criação de 600 novas freguesias.
Miguel Relvas, ex-ministro de Pedro Passos Coelho, acusa António Costa de estar a fazer um mero negócio partidário com o Partido Comunista Português.
“Custa-me muito ver como uma medida racional e justificada pela necessidade do país se adaptar à sua nova realidade, até em termos demográficos, seja hoje usada como ‘moeda de troca’ num mero negócio partidário, colocando o interesse deste ou daquele partido à frente do que é o interesse nacional”, disse Relvas, que foi o autor da última revisão do mapa autárquico.
“Quando um país navega assim, ao sabor das conveniências de cada momento, é de temer pelo naufrágio. Um retrocesso desnecessário”, acrescentou, em declarações ao Observador.
A opinião é partilhada por António Leitão Amaro, ex-secretário de Estado da Administração Local: “O Governo está a querer pagar favores políticos ao PCP”.
Leitão Amaro realça que o Governo pode e deve fazer “correções pontuais”, mas que esses ajustes nunca devem levar a um aumento do número de freguesias.
“Portugal precisa de freguesias fortes, não de mais freguesias. O país não pode suportar isso. Isso não pode acontecer e é profundamente errado. É estar a dizer aos portugueses que não se aprendeu nada”, disse.
A revisão do mapa de freguesias é há muito tempo uma exigência dos comunistas. O Observador escreve que também dentro do próprio PS, a questão tem motivado pressões. O assunto foi trazido a discussão por Maria Luz Rosinha, secretária nacional do PS para as Autarquias Locais.
Do lado dos sociais-democratas, há quem suspeite que a urgência em aprovar um novo mapa autárquico prende-se com a fragilidade da geringonça. O Governo quer apaziguar o PCP, que tem vindo a perder influência autárquica.
Mas pusestes-nos a pagar as autoestradas mais caras da Europa…
“Grândola vila more-eeee-na. Terra da ah aaahhh aaaaahhhh fraternidade. O povo é quem mais orde-naaaaahhh aaahhhh ahah aaaahhhh!!!!!”
As freguesias podem e devem existir, mas não à custa do erário público. Onde está a sociedade civil? Só funciona se houver cheque do Estado?