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No arranque do desconfinamento, Costa alerta: “Conta-gotas não é sinónimo de sair e fazer tudo”

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Francisco Seco / EPA

O primeiro-ministro salientou que o início da primeira fase do desconfinamento, esta segunda-feira, não é sinónimo de sair e fazer tudo, advertindo que a pandemia ainda é grave e que, na Páscoa, mantém-se o dever geral de recolhimento.

Estes avisos sobre a situação sanitária do país foram transmitidos por António Costa numa mensagem que publicou na sua conta pessoal na rede social Twitter.

“Entramos hoje na primeira fase do desconfinamento que tem de ser muito prudente, gradual e a conta-gotas. E conta-gotas não é sinónimo de sair e fazer tudo o que gostaríamos de fazer como se não atravessássemos ainda uma grave pandemia”, assinalou.

Na sua mensagem, o primeiro-ministro observou também que, em matéria de contenção da covid-19, “esta é uma fase bastante exigente”. “Recordo que até à Páscoa, inclusive, mantém-se o dever geral de confinamento. Não podemos correr riscos e deitar tudo a perder. A vida e a saúde estão em primeiro lugar”, acrescentou.

António Costa apresentou na quinta-feira o plano de desconfinamento, que disse ser “a conta-gotas” e que prevê a abertura de creches, ensino pré-escolar e escolas do primeiro ciclo do básico esta segunda-feira, sendo ainda reaberto o comércio ao postigo e estabelecimentos de estética, como cabeleireiros.

O plano prevê novas fases de reabertura a 5, 19 de abril e 3 de maio, mas as medidas podem ser revistas se Portugal ultrapassar os 120 novos casos de infeção por dia por 100 mil habitantes a 14 dias, ou, ainda, se o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 for superior a 1.

A deslocação entre concelhos para a generalidade da população continua interdita nos dois próximos fins de semana e na semana da Páscoa (26 de março a 5 de abril), e o dever de recolhimento domiciliário vigora até à Páscoa.

No Twitter, Costa agradeceu ainda às equipas clínicas de França e Luxemburgo que trabalharam no combate à covid-19 no Hospital Garcia de Orta, em Almada, e no Hospital Espírito Santo, em Évora.

O primeiro-ministro salientou que o auxílio prestado pelas equipas luxemburguesas e francesas durante a terceira vaga da pandemia “deu expressão concreta à fraternidade e à solidariedade europeia”.

“Obrigado às equipas médicas luxemburguesas que trabalharam no Hospital de Évora durante a terceira vaga da pandemia. Esta ajuda foi importante e sublinha a fraternidade entre o Luxemburgo e Portugal, num gesto de solidariedade europeia que não esqueceremos”, começou por escrever o primeiro-ministro. “O meu agradecimento à equipa de profissionais de saúde de França num dos momentos mais difíceis do combate à pandemia”, disse ainda.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.649.334 mortos no mundo, resultantes de mais de 119,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 16.684 pessoas dos 814.257 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

ZAP // Lusa

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22 Comments

  1. Pois, senhor Costa…
    Está a ignorar um facto importante: o confinamento foi um total disparate, visto que milhões milhões saíram à rua, mesmo quando não podiam. Agora, têm a liberdade de fazer, mais intensamente, aquilo que já faziam. Muito bem! 🙂
    Juntamente com o Martelfie, o senhor e os seus cometem uma incongruência terrível: “Estado de Emergência E Desconfinamento”.
    Onde é que já se viu? Alterem esse Estado de Emergência para Estado de “Desemergência”. Talvez seja melhor assim, visto que vão desconfinar as galinhas e que, ao mesmo tempo, estarão a renovar um Estado de Emergência, que NÃO PODE SER SINÓNIMO de TUDO NA RUA.
    Alguém anda a beber demasiado vinho branco… e não sou eu!

  2. Basta seguir o exemplo do Rei e vamos todos viajar e máscara para que é bem juntinhos que se faz.
    Acordem Portugueses
    Basta de tanto tempo a dormir e a ver TV vamos para a natureza que faz muito bem.

  3. Costa (pm): Desconfinar a conta-gotas “não é sinónimo de sair e fazer tudo”. “Recordo que até à Páscoa, inclusive, mantém-se o dever geral de confinamento. Não podemos correr riscos e deitar tudo a perder. A vida e a saúde estão em primeiro lugar”.
    O sr. Costa deveria ter assessores credíveis e com bases científicas, que o informassem que estar em casa, obrigado pelas leis que emite com aval do pR, mesmo que voluntariamente, pode ser uma causa de desequilíbrio psicológico e aí, a afirmação de “não sair e fazer tudo” é categoricamente ignorante do ponto de vista da saúde mental.
    Porque há gente que consegue resistir e aguentar um confinamento total, “não saindo”, nem “fazendo tudo”, mas existem pessoas que ou não estão “treinadas” para essa situação, ou por natureza própria não conseguem atingir esse patamar.
    Por isso, sr. Costa, informe-se junto de psicólogos, psiquiatras, neurologistas e técnicos de saúde especializados, que saindo para fazer alguma coisa (ir às compras, ao jardim – afinal já nos podemos sentar nos bancos de jardim a partir de hoje – , será uma terapia de alívio, devendo respeitar as regras sanitárias em vigor (máscara, viseira, distanciamento social, etc.).
    Isto de descarregar afirmações sem nexo, porque não contextualizadas tecnicamente e por quem sabe da poda, apenas demonstra uma pura ignorância sobre determinadas áreas da saúde..

  4. Pois não, mas assim que colocou o teletrabalho como sempre que possível já estão as empresas todas a chamar as pessoas para presencial!
    A real demonstração do desprezo que os patrões têm pela vida humana!

  5. Isto para não falar que policia nem vê-la , se antes nunca se via nada mudou no estado de emergência!
    Paga-se impostos para pagar à policia e outros mais mas que não aparecem!

  6. O êxito deste primeiro passo de desconfinamento depende tanto do Costa como do comportamento dos restantes cidadãos. O Costa que se deixe de lérias e vigarices (área da sua competência especifica), e, teste a população, vacine os professores, apoie as empresas. Garanta a obrigatoriedade dos testes de temperatura, testes rápidos com controlo, desinfeções periódicas obrigatórias e vacinação adequada. Até parece os recomentaristas que por aqui militam que em vez de comentar as notícias, comentam os comentários dos outros!

  7. Nada melhor que fugir das responsabilidades pela situação, é atirar as culpas para as pessoas, como se fossem elas os responsáveis! Compete ao governo gerir eficazmente os meios e recursos e é isso que não tem sido feito. Cadê a testagem, o rastreamento, os médicos, a organização, planeamento, etc???? Ainda por cima quem criou a situação do Natal foi o próprio governo! Lembra-se que até na noite de consoada, se chegou ao ponto de os restaurantes ficarem abertos até à meia-noite, para dar mais alguma receita àqueles… (que não passa pela cabeça de ninguém logo naquela noite, já que pouca gente usaria). Pior que isso seria difícil. Disparates, atrás de disparates e foi isso que levou ao que se sabe…

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