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Ana Gomes atirou-se, PS calou-se e César chutou debate interno para o fim do ano

Tiago Petinga / Lusa

Ana Gomes lançou-se na corrida presidencial entre o silêncio do PS. Após as críticas atiradas ao seu partido, que já mostrou apoio a Marcelo Rebelo de Sousa, Carlos César, presidente do PS, empurrou o debate interno para mais tarde.

O semanário Expresso adianta este sábado que o presidente do PS, Carlos César, chutou o debate interno sobre o apoio do PS a um candidato presidencial para mais tarde, podendo ser em dezembro, pouco mais de um mês das presidenciais e depois de Marcelo se recandidatar.

No PS, todos se mantém em silêncio. Até Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, que deverá apoiar Ana Gomes, recusou fazer comentários. “Não vou falar sobre presidenciais, não estão no âmbito das minhas competências enquanto ministro”, disse, remetendo a sua posição para os órgãos do PS.

Além dele, não há ­atuais dirigentes que se tenham chegado à frente, numa altura em que Costa pediu “reserva” na contenda presidencial.

“O PS deve fazer o que já fez no passado. Ou seja, apelar à participação eleitoral e dar liberdade plena aos seus militantes e dirigentes, que deverão optar segundo a melhor interpretação de defesa das prioridades nacionais em que o Governo do PS está envolvido e da estabilidade política”, disse Carlos César, em declarações ao Expresso.

Segundo o Expresso, este atraso pode, por um lado, esvaziar os apoios de peso no arranque da candidatura e, por outro, tem o efeito de “calar” os dirigentes.

A candidatura de Ana Gomes partiu o PS ao meio. Não será a primeira vez que os socialisas se dividem em eleições presidenciais – mas será a primeira vez que o PS estará dividido entre uma candidata socialista e um candidato não-socialista (que até foi líder do PSD).

Ainda assim, Ana Gomes vai contando espingardas. O Expresso adianta que José Vera Jardim é um dos seus apoios mais marcantes. O socialista, ex-ministro da Justiça, é o principal de uma lista que inclui Francisco Assis, Paulo Pedroso, Filipe Castro Mendes, Rui Vieira Nery, Magalhães e Silva, Maria do Rosário Gama e José Freitas Ferraz.

Ana Gomes conta ainda com Isabel Soares, filha de Mário Soares, e com personalidades fora do PS, como Rui Tavares, Ricardo Sá Fernandes ou Hélder Bértolo, da associação Diversidade.

Mais de 80% querem recandidatura de Marcelo

Mais de 80% dos portugueses consideram que Marcelo Rebelo de Sousa deve recandidatar-se a Presidente da República, segundo um estudo da Eurosondagem que dá ao PS uma vantagem de 10,3 pontos percentuais sobre o PSD.

Questionados se Marcelo “deve recandidatar-se” a Belém nas eleições de janeiro do próximo ano, 80,4% dos inquiridos dizem que “sim”, 10% acham que “não” e 9,6% têm dúvidas ou não sabem/querem responder.

O estudo da Eurosondagem para o semanário Sol e o Porto Canal colocou aos entrevistados uma pergunta sobre o plano do consultor do Governo António Costa Silva para a recuperação económica de Portugal após a crise económica e social gerada pela pandemia da covid-19. Na resposta, 72% considera ser “bom”, 11,1% “mau” e 16,9% tem dúvidas, não sabe/quer responder.

Quanto às expectativas económicas e sociais para o “futuro próximo”, 55,5% dos entrevistados esperam “muitas dificuldades”, 25% aguarda só “dificuldades” e 4,8% preveem que “vai ser igual ao ano passado”, enquanto 14,7% não sabem/querem responder.

Quanto às intenções de voto para as legislativas, o PS continua a liderar com 38,5% e mais 10,3 pontos percentuais que o PSD, o qual recolhe 28,2%. O BE alcança 8,3%, a CDU 5,8%, o Chega 4,5%, o PAN 3,3%, o CDS-PP 2,5% e a Iniciativa Liberal 1%.

O estudo da Eurosondagem foi realizado entre o segunda e quinta-feira através de 1.022 entrevistas telefónicas validadas para fixos e móveis e tem um erro máximo de 3,07% para um grau de probabilidade de 95%.

ZAP // Lusa

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