Walter Branco / portugal.gov.pt
Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no debate sobre o estado da Nação, Assembleia da República
António Costa estreia-se como primeiro-ministro no debate no Parlamento sobre o novo programa de governo. PSD e CDS vão responder com uma moção de rejeição, mas Passos Coelho vai poupar-se e só falará no segundo dia.
No primeiro dia do debate em torno do programa de governo de António Costa, Passos Coelho vai ficar mudo na bancada, reservando-se para o fim da discussão, na quinta-feira, mesmo antes da votação da moção de rejeição da direita.
A informação foi confirmada ao Diário de Notícias por uma fonte próxima da direcção do PSD que salienta que “o líder do partido só falará na intervenção final, na quinta-feira”.
Esta estratégia imita aquela que António Costa assumiu no debate do programa do anterior governo e que culminou com a queda do Executivo de Passos Coelho, ao fim de apenas 11 dias no poder.
Passos Coelho recusa assim dar o corpo às balas da esquerda e a principal voz do PSD no debate vai ser o líder parlamentar Luís Montenegro.
É certo que a moção de rejeição que PSD e CDS vão apresentar em conjunto vai ser rejeitada pela maioria de esquerda, mas, mesmo assim, os partidos da direita querem vincar a sua posição de que o governo de António Costa não tem legitimidade política.
O que a coligação pretende, fundamentalmente, é forçar a Esquerda a assumir de facto o casamento de conveniência para, no futuro, “imputar responsabilidades por uma eventual instabilidade política ou pelo arrefecimento económico“, refere o DN.
A esquerda vai precisamente demonstrar a sua união, garantindo também, deste modo, que se abre um novo ciclo político em Portugal – e que a austeridade já era.
SV, ZAP
