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Se Hélder Rosalino não precisava de substituto, “está a fazer o quê” no Banco de Portugal?

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Hélder Rosalino

E se é suposto a reunião sobre salários ser anual, porque não se realizava há mais de 10 anos? Dúvidas acumulam-se num processo confuso.

A (não) ida de Hélder Rosalino para o Governo, que nem sequer se confirmou, está a criar dúvidas, quase “novelas” à volta de um processo confuso em vários aspectos.

Recordemos a origem: no final de Dezembro, Hélder Rosalino foi nomeado secretário-geral do Governo; logo a seguir, surgiu a notícia de que iria receber cerca de 15 mil euros, tal como recebe como consultor da administração do Banco de Portugal; e, na sequência dessa questão, Hélder Rosalino afastou-se ainda antes de tomar posse.

O problema aqui foi o salário. O Governo tinha garantido que Rosalino iria receber o que há vários anos como consultor da administração no Banco de Portugal – mas quem pagaria o salário? Mário Centeno recusou pagar esse vencimento e a contratação foi anulada.

António José Seguro já pediu a Centeno, governador do Banco de Portugal, para explicar o salário do administrador. Na TVI, o ex-líder do PS disse que não percebe esse valor: “São montantes que precisam de ser explicados. Como é que um consultor da administração ganha 15 mil euros por mês? O que é que faz? O que justifica? Há mais?“.

Na reacção a este caso, o ministro das Finanças quer reunir com a Comissão de Vencimentos do Banco de Portugal. Miranda Sarmento pretende assim avaliar o que está a ser pago aos administradores da instituição.

Mas a notícia do Expresso salienta um facto: esta reunião deveria ser feita, pelo menos, uma vez por ano – e não há qualquer reunião deste género desde… 2012. São 13 anos sem uma avaliação sobre salários no Banco de Portugal (e não é explicado porquê).

Há outra dúvida interessante, salientada pelo comentador Paulo Ferreira: no meio deste suposto percurso de Hélder Rosalino até ao Governo, ficou-se a saber que o Banco de Portugal não seria afectado porque Hélder Rosalino não precisaria de substituto, se saísse.

“Bom, então temos de perguntar: que funções concretas tinha? O que estava lá a fazer?“, questiona Paulo, na rádio Observador, que no entanto salienta que a questão central aqui não é Hélder Rosalino, mas sim a organização e a transparência do Banco de Portugal que, defende, deveriam ser analisadas e revistas.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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