Governo falhou: não conseguiu contratar o “Cristiano Ronaldo da administração pública”

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Miguel A. Lopes / LUSA

O primeiro-ministro, Luís Montenegro

Carlos Costa Neves vai ser o secretário-geral do Governo. Mas o ex-ministro está longe do nível da primeira escolha: Hélder Rosalino.

A “novela” do secretário-geral do Governo tem ocupado as notícias ao longo das últimas semanas.

Mesmo a fechar 2024, o Governo anunciou que Hélder Rosalino era o escolhido para liderar a nova entidade resultante da fusão de três secretarias-gerais do Governo.

Mas depois surgiu um “detalhe”: dinheiro. Para receber mais de 15 mil euros, uma lei foi alterada, meio à pressa, por parte do Governo; mais concretamente o estatuto remuneratório dos dirigentes da secretaria-geral.

Mas, três dias depois da nomeação, Hélder Rosalino disse que não está disponível para assumir o cargo.

Assim o Governo perdeu a hipótese de contratar “o Cristiano Ronaldo da administração pública”, de ter uma “figura única, ímpar” como “comandante da casa das máquinas do Governo, por onde tudo tem de passar antes de decisões de cada Ministério”.

A descrição é do especialista em política, Vítor Matos, que lamenta o momento em que o Governo acusou o Banco de Portugal por não ter conseguido contratar Hélder Rosalino – Mário Centeno, governador do banco, recusou pagar o salário do novo secretário-geral, tal como o Governo queria.

“Quando um jogador vai para o outro clube, não continua no clube anterior. Se querem contratar um jogador que o paguem, aquilo não é bem um empréstimo”, compara o jornalista, na rádio Observador.

Mesmo assim, recorda Vítor Matos, já houve dois momentos em que o Banco de Portugal pagou o salário de membros do Governo, nos tempos de Pedro Passos Coelho: Maria Luís Albuquerque (salário dividido) e Marta Abreu (banco pagou tudo).

Voltando ao presente, o Governo “esteve muito mal em todo este processo”, continua o especialista, que volta a associar o caso ao futebol: “O teste de algodão que mostra que Hélder Rosalino não era só o Ronaldo da administração – era mais qualquer coisa – foi quando o Governo não foi buscar para o seu lugar nenhum jogador fantástico, expecional; foi buscar um ex-ministro do PSD”.

O analista falava sobre Carlos Costa Neves: “É bastante respeitável mas eu não o estava a ver como o Ronaldo da administração pública“.

Vítor Matos ficou “surpreendido” com esta escolha que, alega, “contradiz o argumento sobre o talento da primeira escolha”.

Também Luís Marques Mendes critica o Governo neste processo: “Se o Governo queria abrir uma excepção, devia ter assumido tudo, com toda a frontalidade e toda a clareza, devia ter vindo a público justificar”.

“Porque é que não fez? Não sei, mas acho que fez mal. A pior coisa em política é ficar a meio da ponte. Ficou a ideia de querer fazer um fato à medida, meio escondido”, continuou o comentador político, na SIC.

Já Hélder Rosalino fez “muito bem” em desistir do cargo, defende Marques Mendes.

ZAP //

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3 Comments

  1. Governo NAU – Nao Acerta Uma, só faz borrada e os tugas PAGAM.
    Agora, só resta aos tugas esperarem até a NAU naufragar, mas nessa altura é TARDE!
    Mas um “Ronaldo”? Pelos vistos PT está cheio de “Ronaldos” mas isso contradiz o relatorio que a OCDE publicou recentemente sobre a Literacia e Competencias, e ficamos em penultimo lugar, só o Chile é que é pior. Como se explica? Eu vejo nesse relatario a razao porque que é que PT nãio sai do sitio, é ultrapassado até pela Romenia. O que se passa ?

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  2. Não são de “Ronaldos” que Portugal precisa , mas sim de Funcionários de Estado Idóneos e Competentes . Qualidades que que brilham por inexistência cada vez mais ! ………. Toda a diferença entre Governar e Governarem-se !

  3. o que é um “Ronaldo da Administração”? Será a esperteza de manipular a Lei para acomodar determinados interesses a “pedido” ?
    Andar a prevacaricar sem disso poder ser acusado?
    A esperteza não é Inteligencia.

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