Guterres: “A Ucrânia não pode ser conquistada cidade por cidade”

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Eric Bridiers, US Mission Photo / Wikimedia

António Guterres, Secretário-Geral da ONU

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou hoje a Rússia que, “mesmo que Mariupol caia”, a Ucrânia “não pode ser conquistada cidade por cidade”.

“A Ucrânia não pode ser conquistada cidade por cidade, rua por rua, casa por casa. O único resultado de tudo isso é mais sofrimento, mais destruição e mais horror até onde os olhos podem ver”, disse Guterres à imprensa.

O secretário-geral sublinhou ainda que esta guerra não terá vencedores, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, segundo a LUSA.

“Quantas mais cidades como Mariupol devem ser destruídas? Quantos mais ucranianos e russos serão mortos antes que todos percebam que esta guerra não tem vencedores – apenas perdedores? (…) Continuar a guerra na Ucrânia é moralmente inaceitável, politicamente indefensável e militarmente absurdo“, acrescentou.

Cerca de um mês após o início da guerra, o secretário-geral das Nações Unidas fez um balanço da “invasão maciça” do território soberano da Ucrânia por parte da Rússia, classificando a invasão como uma “violação da Carta da ONU”.

“E tudo isso está a intensificar-se, ficando mais destrutivo e mais imprevisível a cada hora. Dez milhões de ucranianos foram forçados a deixar suas casas e estão em movimento”, salientou.

Apesar disso, Guterres afirmou ter informações de que “elementos de progresso diplomático” estão a surgir em várias questões-chave, realçando que já são suficientes para cessar as hostilidades.

“O que eu disse neste pódio há quase um mês deve ficar ainda mais evidente para todos hoje. (…) É hora de parar a luta e dar uma chance à paz. É hora de acabar com essa guerra absurda e medonha”, concluiu.

A Rússia lançou, a 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia, depois de meses a concentrar militares e armamento na fronteira, com a justificação de estar a preparar exercícios militares.

A guerra já matou pelo menos quase mil civis e feriu cerca de 1.500, incluindo mais de 170 crianças, de acordo com as Nações Unidas.

Segundo a ONU, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

ZAP //

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3 Comments

  1. E que mal vem ao Putin de ter violado a carta da ONU, sr. Presidente? A Ucrânia não podia ser conquistada a conta gotas se as organizações internacionais tivessem forma de poder travar o invasor! Como não têm a Ucrânia, provavelmente, será, em breve, conquistada de uma forma muito mais bárbara! Talvez com uma super bomba! Ainda por cima continua a existir o direito de veto, sr. Presidente!!

  2. E que tal a expulsão da ONU da União Soviética de Vladimir Putin (no que se tornou actualmente a Rússia)? É preciso continuar o GENOCÍDIO praticado por este demente mental, formatado pelo KGB soviético até à extinção dos ucranianos?

  3. De grandes Declarações e de Boas Intenções está o Inferno cheio . Inúmeras Altas Personalidades declamam contra esta atrocidade , aplicam-se sanções , que por os vistos até a Data nada resolvem , a não ser prejudicar a População Russa assim que o Ocidente por arrasto . Povo Russo condenado ao silencio , e se for necessario “Silenciado para sempre” ,

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