Fala-se de paz, mas Putin autorizou a maior campanha de recrutamento em 14 anos

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin

Maior campanha de recrutamento da Rússia desde a primavera de 2011 chama 160 mil novos recrutas para o exército esta primavera.

As negociações de paz na Ucrânia decorrem em Riade, mas apesar de um acordo de cessar-fogo no mar Negro, o fim da guerra ainda parece estar muito longe.

O presidente russo Vladimir Putin assinou esta segunda-feira a ordem de convocação de 160 mil novos recrutas para o exército, no âmbito da campanha bianual de recrutamento do Kremlin.

Esta é, segundo o Moscow Times, a maior campanha de recrutamento da Rússia desde a primavera de 2011, altura em que o Ministério da Defesa convocou cerca de 203 mil homens. A Rússia recruta militares duas vezes por ano, uma na primavera e outra no outono.

A mobilização ocorre depois de Putin ter emitido um decreto em setembro do ano passado para aumentar o exército russo em 180 mil soldados, de modo a fixar o número de militares no ativo em 1,5 milhões.

Em 2021, foram recrutados 134.650 jovens na primavera e 127.500 no outono. Já em 2022, primeiro ano da guerra na Ucrânia, os números mantiveram-se elevados, com 134.500 recrutas na primavera e 120.000 no outono. A tendência de crescimento manteve-se em 2023, com 147.000 homens convocados na primavera e 130.000 no outono. Em 2024, os números subiram novamente: 150.000 na primavera e 133.000 no outono.

A medida terá efeito entre abril e junho de 2025. Segundo a legislação russa em vigor, todos os cidadãos do sexo masculino com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos estão sujeitos ao serviço militar obrigatório.

Embora o Kremlin tenha afirmado repetidamente que os recrutas não são enviados para zonas de combate na Ucrânia, as organizações internacionais e vários observadores independentes têm manifestado preocupação com a transparência do processo e com o potencial alargamento das obrigações militares na Rússia.

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