Um grande trunfo na guerra da Ucrânia nasce nas Caldas da Rainha

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TEKEVER

O drone AR5 da Tekever

É nas Caldas da Rainha que nasce um dos mais importantes drones do atual contexto geopolítico europeu. Estão na guerra na Ucrânia, vigiam as rotas de tráfico humano do Mediterrâneo ao canal da Mancha e protegem os oleodutos em África.

Descrito pelo Público com um “berçário dos drones mais desenvolvidos da Europa”, a empresa portuguesa Tekever tem um papel crucial no contexto geopolítico europeu – concretamente na guerra na Ucrânia.

A empresa foi fundada em 2001 por Ricardo Mendes, na altura com 23 ano e recém-licenciado em Engenharia Informática.

O fundador e diretor executivo da empresa, contou, numa reportagem do Público, que, no início de 2022, quando os telefones começaram a tocar a empresa logo se preparou para apoiar a defesa ucraniana.

“Estávamos a acompanhar tudo como cidadãos. Mas tivemos logo uma noção muito clara de que poderíamos contribuir com a tecnologia que temos e com o tipo de empresa que somos”. Embora já tivesse alguns clientes na área da defesa, a Tekever nunca tinha estado num cenário de guerra.

Uma das principais contribuições é o drone AR-5, com dois motores e a barriga cheia de câmaras, detetores de radares e um sonar.

Atualmente, este drone está ao serviço da Agência Europeia de Segurança Marítima. Ajuda a detetar contrabando e imigração ilegal, proteger um grande santuário de cetáceos na região e travar episódios de pesca ilegal.

Porquê a Tekever?

Como lembra o Público, em 2022, quando despoletou a guerra da Ucrânia, tornando-se o conflito armado mais tecnológico de sempre, o protagonismo na área dos drones concentrava-se na Turquia. Inicialmente, a Baykar era um dos principais fornecedores destes aparelhos à Ucrânia.

“Mas foi sol de pouca dura”, descreve o matutino. Por altura do verão, os drones kamikaze que o Irão tinha fornecido à Rússia, ofuscaram as capacidades técnicas dos drones turcos.

Foi nesse momento que os drones da Tekever mostraram o que valiam.

“A nossa vantagem está na capacidade de renovação e na rapidez com que o fazemos. Não em anos, não em meses: em semanas”, enalteceu Ricardo Mendes.

O responsável pela Tekever lamenta este cenário de guerra, mas admite que a sua empresa também está a contribuir para uma guerra.

Contudo, refere o CEO, “não é possível manter paz no mundo se não estivermos preparados para ela”. Por esse motivo, a Tekever encarou, desde sempre, a missão maior de “levar a Ucrânia até à vitória e apoiá-los até ao fim”.

Ricardo Mendes explicou porque é que a Tekever está envolvida na guerra na Ucrânia, mas não noutras, nomeadamente no Médio Oriente: “Na Ucrânia parece-nos brutalmente evidente de que lado está o bem e de que lado está o mal, mas não nos parece ser assim noutros conflitos”.

Tekever quer ser “âncora” para o país

Ricardo Mendes defende que Portugal “tem uma responsabilidade grande” em tomar a dianteira na reorganização de uma Europa mais independente na área da Defesa.

Referindo-se ao recente encontre entre Donald Trump e Volodymyr Zelenskyy na Casa Branca,

O CEO da Tekever afirma que as recentes movimentações de Donald Trump são “um grito de alerta à Europa para ser mais responsável pela própria Defesa”, sem depender dos EUA.

Mas isso – aponta Ricardo Mendes – exige muito investimento financeiro e um tecido empresarial capaz e experiente.

A Tekever diz estar pronta para se envolver nesse esforço europeu para manter a paz por si mesma; e quer ser “uma âncora” para o país: “Podemos ter um papel relevante aí. Seria uma oportunidade perdida para Portugal se não o tivermos”.

Miguel Esteves, ZAP //

4 Comments

  1. Comparar a tekever à baykar é duma ignorância extrema típica dos ignorantes jornalistas portugueses, a tekever fabrica uns “aviõezitos” telecomandos com sensores básicos, a baykar fabrica drones de guerra provados em batalha k já ganharam guerras como no Azerbaijão deixem de ser acefalos, já se perguntaram a sério k drones a marinha vai usar no “porta-drones” nrp d. João II façam jornalismo a sério tenham vergonha por isso a defesa a educação e a saúde deste país está como está

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    • Que drones vai a marinha usar no “porta-drones” nrp d. João II??

      Se tivermos politicos e gente na Marinha Portuguesa com coragem e 2 dedos de testa, a seu tempo (A SEU TEMPO!), drones desta ou de outra empresa Portuguesa (caso exista). Fácil!

  2. Os drones Tekever são aparelhos fabricados com tecnologia de ponta. São drones de observação, reconhecimento e apoio, com uma grande autonomia de voo. O modelo AR5 é mesmo o mais avançado drone de média altitude e autonomia que existe no mercado. São também muito polivalentes. Os turcos Baykar e os iranianos Shahed são drones de ataque. Os iranianos são uns drones suicidas muito simples mas com grande poder destrutivo. Os Baykar são tecnologicamente muito avançados e existem muitas variantes com propósitos diferentes.

  3. Aqui está um caso concreto de um empresa Portuguesa em que o Estado deveria apostar e apoiar. Não são necessários drones para deteção de incêndios???? Já usamos alguns inclusivamente. Paguem a esta empresa para os desenvolver!! Mantenham o valor dentro de Portugal e tudo aquilo que tem que aparecer em volta de um projeto destes para que funcione.

    Mas não. Certo?? É mais fácil para os políticos comprar fora para parecerem honestos. Não vá o dono da empresa ser primo de um amigo de um sobrinho do irmão de um tipo que falou uma vez com um ministro num Bar em Punta Cana.

    A culpa não é só dos políticos. Atenção! São covardes por natureza…. mas a culpa é também de jornais, jornalista e nós: O Povinho! Que gostamos de uma boa intriga com cunhas, amigos e dinheiro desviado pelo meio…. mesmo que não seja totalmente verdade…. sempre há tema de conversa no café.

    E assim vai Portugal.

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