Salgado começa a ser julgado em junho. Defesa recorre da decisão de separar processos

António Cotrim / Lusa

O antigo presidente do BES começa a ser julgado a 7 de junho por três crimes de abuso de confiança, no âmbito da Operação Marquês, mas a sua defesa já entregou um recurso por não concordar com a separação de processos.

Ricardo Salgado, que foi pronunciado por três crimes de abuso de confiança, tem já marcadas sessões para os dias 7, 8, 14 e 15 de junho, no Campus de Justiça, em Lisboa, apurou o jornal online Observador, que acrescenta que o julgamento arranca com o testemunho de Hélder Bataglia.

Já o ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos, Armando Vara, que será julgado num outro processo por branqueamento de capitais, tem a primeira sessão de julgamento marcada para 9 de junho e uma segunda no dia 16 do mesmo mês.

Segundo o jornal digital, os processos que agora os colocam novamente no banco dos arguidos serão presididos por dois juízes que integram o coletivo que julgou o homicídio do cidadão ucraniano Ihor Homeniuk, que esta segunda-feira condenou os inspetores do SEF a sete e nove anos de prisão. No caso de Salgado será o juiz Francisco Henriques, no caso de Vara será Rui Coelho.

No entanto, a defesa do ex-banqueiro já apresentou um recurso para o Tribunal da Relação contra a separação do processo e que, a ser apreciado, poderá ditar a alteração destas datas.

O jornal online ECO adianta que este recurso já terá sido entregue no Tribunal Central de Instrução Criminal, que depois deverá enviar para a Relação, e que em causa está a decisão de separação de processos.

Recorde-se que, a 9 de abril, o juiz de instrução Ivo Rosa, depois de ter anunciado quais os crimes e arguidos que iriam a julgamento, anunciou também que os cinco arguidos pronunciados (José Sócrates, Carlos Santos Silva, Armando Vara, João Perna e Ricardo Salgado) seriam julgados de forma autónoma.

Salgado estava acusado de 21 crimes, entre corrupção ativa, branqueamento de capitais, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada, mas só foi pronunciado por três crimes de abuso de confiança.

Vara, por sua vez, estava acusado de cinco crimes, entre corrupção, branqueamento e fraude fiscal qualificada, mas só responderá em tribunal por um crime de branqueamento de capitais.

ZAP //

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