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Marcelo fala em tentação e rigor pascal para declarar: “Temos de ganhar até à Páscoa o verão e o outono”

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Mário Cruz / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

Esta quinta-feira, o Presidente da República falou ao país, a partir do Palácio de Belém, depois de o 12.º estado de emergência ter sido aprovado na Assembleia da República.

“Reduzimos significativamente, nesta quinzena, o número de infetados e de mortos e o indicador da propagação do vírus atingiu o valor mais baixo do ano”, começou por dizer o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na comunicação ao país.

O Presidente considera que, perante esta situação, “é muito tentador defender abrir e desconfinar o mais rápido possível”, a começar pelos estabelecimentos de ensino, pela sociedade, economia e saúde mental.

No entanto, apesar de reconhecer que com a segurança da vacinação e da testagem seria mais fácil desconfinar, o chefe de Estado sugere que há outro prato na balança: os “números totais de internados e de internados nos cuidados intensivos ainda são elevados”.

“Estas razões fazem-nos pensar duas vezes”, confessou.

“Qual o desafio que se coloca a quem deve decidir?”, questionou de seguida o Presidente, para responder que “decidir deve basear-se na consciência de quem decide e não na preocupação de seguir a opinião de cada instante”. Desta forma, Marcelo Rebelo de Sousa defende que sejam seguidos “critérios objetivos” e não a pressão pública.

Para garantir que Portugal não dá um passo atrás, é “prudente” manter uma abertura apenas na Páscoa como objetivo.

“Temos de ganhar até à Páscoa o verão e o outono”, disse o chefe de Estado, lembrando que, no próximo “mês, mês e meio”, não será possível garantir pela vacinação as condições para uma reabertura segura.

“A Páscoa é um tempo arriscado para mensagens confusas ou contraditórias, como por exemplo a de abrir sem critério antes da Páscoa, para nela fechar logo a seguir, para voltar a reabrir depois dela. Quem levaria a sério o rigor pascal?“, questionou.

A Páscoa é, assim, o marco para o desconfinamento. Até lá, é importante que “se estude e prepare, com tempo e bem, o dia seguinte”.

“Planear o futuro é essencial, mas desconfinar a correr por causa dos números destes dias será tão tentador como leviano, até porque sabemos que os números sobem sempre mais depressa do que descem”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa para, logo de seguida, terminar: “Se formos sensatos, o pior já passou”.

Liliana Malainho, ZAP //

20 Comments

  1. Apesar da total incompetência e desajuste da situação, quer do PR quer do PM que no decorrer do combate à pandemia já causaram mais vitimas portuguesas em 13 meses do que a guerra colonial em 13 anos, tenho a agradecer-lhes o facto de me terem devolvido aos tempos da minha juventude. Com efeito, sou novamente “indigente”, impedido de exercer a minha profissão, e, com a maior “guedelha” que já tive desde os idos de 1974! Por este feito inédito de retrocesso no meu aspeto físico, Bem hajam!

  2. Este assinala o ano pelas celebrações religiosas cristãs. Era preciso salvar o Natal, agora é tempo de quaresma (recolhimento), para salvar o verão . Que conversa esta!!!! Que mentalidade rectrogada e imprópria de um Estadista que é o garante da defesa das liberdades individuais de cada cidadão.

  3. Da forma que argumenta o combate a Pandemia; ” ganhar até a Pascoa, salvar o Natal, os Verões, os Aniversários, os Casamentos, os Funerais” e mais uns Eventos de todas as espécies, faz pensar que o Sr. P.R confunde preservar Vidas com uma competição qualquer. Será que depois da “Santa pascoa” a permissividade estará de volta para mais um eventual reconfinamento ?……. Não há nada a “Ganhar” senão Vidas a preservar, o Virus não respeita nenhum calendário Festivo !

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