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Marta Temido antevê dias complicados e alta pressão sobre o SNS (e admite novas medidas)

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António Pedro Santos / Lusa

A ministra da Saúde disse que se vive “um momento muito difícil da evolução da pandemia em Portugal e na Europa” e que “os próximos dias se anteveem complicados e com elevada pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde”.

Apesar de vaticinar dias complicados nas próximas semanas, Marta Temido garantiu esta sexta-feira que os hospitais do SNS têm capacidade para responder à pandemia.

“O Ministério da Saúde quer dar um conjunto de notas. A primeira está relacionada com a capacidade instalada do SNS, em especial a capacidade hospitalar”, começou por explicar.

“Quero recordar  que os hospitais do SNS têm uma capacidade total de 21 mil camas“, disse, notando, contudo que nem todas as camas podem ser enquadradas num contexto de resposta potencial à covid-19, pelo facto de estarem incluídas nesse número hospitais especializados, como unidades psiquiátricas

“Para efeitos de resposta potencial, estas são 19.700 camas em hospitais gerais: 34% no Norte, 21% no Centro, 36% em Lisboa e Vale do Tejo, 4% no Alentejo e 5% no Algarve. Das cerca de 19.700 camas, algumas não podem ser consideradas para resposta a picos de afluência, com camas afetas a acidentes vasculares cerebrais, problemas coronários ou neonatologia. Por regra, para a nossa contabilização são contabilizadas apenas camas médico-cirúrgicas, ou seja, 17.700. Esta é a capacidade máxima”, afirmou.

Temido afirmou ainda que foram feitas várias recomendações no Conselho Nacional de Saúde Pública, ouvido esta sexta-feira, e adiantou que o Ministério da Saúde pediu uma nova reunião com os especialistas na próxima semana para “aprofundamento da agenda de análise das medidas que podem ser tomadas nesta fase tão distinta da primeira”.

Restrições em Lousada, Paços de Ferreira e Felgueiras

Questionada sobre as medidas de restrição decretadas esta quinta-feira em Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira, concelhos do distrito do Porto onde o número de novas infeções tem subido exponencialmente nos últimos dias, a governante afirma que foi uma “combinação” de fatores que levou às decisões específicas para a região

“[A decisão] prende-se com a incidência dos novos casos nos últimos sete e 14 dias, mas também com a velocidade de crescimento de novos casos nesta região e com a pressão que se está a sentir em termos de resposta de serviços de saúde. É uma análise combinada de aspetos numéricos e fatores de capacidade de resposta e preocupação com a saúde desta população. São áreas geográficas com alta densidade população e temos um risco de transmissão dos mais altos do país”, reiterou Marta Temido.

Na mesma conferência de imprensa, a governante revelou esta sexta-feira que está a ser montado um hospital de campanha anexo ao Hospital de Penafiel, motivado pela subida de infeções neste concelho nos últimos dias.

Um novo centro de testes à infeção pelo novo coronavírus entrou esta sexta-feira em funcionamento em Paços de Ferreira e na segunda-feira vai abrir outro, representando um reforço de 350 testes diários, revelou a autarquia.

Segundo o presidente Humberto Brito, os dois novos centros significam, no conjunto, um reforço de 350 testes diários, que se juntam à capacidade que já existia no concelho.

Ministério aceita 500 mil testes rápidos

Marta Temido revelou também na conferência desta sexta-feira que o Ministério da Saúde aceitou a proposta de fornecimento de 500 mil testes rápidos de deteção de infeção com o novo coronavírus apresentada pela Cruz Vermelha.

A governante revelou que estes testes vão chegar por fases e que a primeira entrega deve ocorrer no início do próximo mês.

“O ministério da Saúde aceitou a disponibilidade da Cruz Vermelha Portuguesa para o fornecimento de testes rápidos. Estão pré-reservados, pela Cruz Vermelha Portuguesa, um total de 500 mil testes. [Serão recebidos] em tranches, de forma faseada, ao abrigo de um financiamento europeu. A primeira fase de entrega, 100 mil testes, será na primeira semana de novembro e serão utilizados nas condições definidas pela norma de estratégia nacional de testes para a SARS-CoV-2 em contexto de surtos”, observou.

Marta Temido clarificou mais à frente na conferência de imprensa que a integração destes testes rápidos não vai pesar no financiamento previsto para o Ministério da Saúde no Orçamento do Estado e que estes testes antigénio serão aproveitados para lidar com surtos em lares, segundo uma norma que vai sair “até ao final desta semana”.

A ministra revelou ainda que há 63 escolas e 107 lares com surtos de covid-19 ativos.

ZAP //

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2 Comments

  1. Uma coisa é praticamente certa: a gripe, este ano, vai ter um impacto reduzido devido ao facto de as pessoas, além de recorrerem mais à vacinação, estarem protegidas com as máscaras e a desinfeção das mãos. O que protege contra um vírus de propagação aérea, protege contra os outros que se propagam da mesma forma.

  2. A “menina espertinha (…) e birrenta” está a ver A PORCARIA QUE VEM FAZENDO? Não seria melhor, em vez de brincar, SER VERDADEIRAMENTE UMA MINISTRA?

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