A China diagnosticou mais 32 novos casos da covid-19, incluindo 25 em Pequim e quatro oriundos do exterior. Nos Estados Unidos, há dúvidas sobre a credibilidade dos números divulgados pelo regime chinês e Trump admite mesmo cortar “todas as pontes” com Pequim.
Pequim aumentou o nível de emergência, visando conter a disseminação do surto, que somou 183 casos nos últimos sete dias. Ao decretar o segundo nível de emergência, os comités de bairro voltaram a verificar a identidade e o estado de saúde dos residentes e a medir a temperatura à entrada.
O epidemiologista chefe do Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças, Wu Zunyou, disse na quinta-feira que o surto “está sob controlo”, graças às medidas tomadas, e que “a curva vai achatar gradualmente”.
O Centro de Controlo de Doenças chinês anunciou que, em vez de ter disparado em finais de maio ou início de junho, o surto pode ter começado um mês antes, ainda em abril. Porém, não foi detetado por causa dos portadores assintomáticos do vírus.
O surto fez com que as exportações de salmão da Noruega para a China caíssem para um terço. Os novos casos foram relacionados com um mercado de Xinfadu, principal fornecedor de frutas e legumes da capital, onde se vendia salmão importado. Além disso, as cadeias de supermercados Wumart e Carrefour suprimiram a venda do salmão da Noruega.
Os Estados Unidos puseram em causa a “credibilidade” dos números divulgados pela China sobre o ressurgimento de novos casos de covid-19 em Pequim, apelando ao envio de observadores “neutros”.
“Gostaria de acreditar que os números” estão “mais próximos da realidade do que aquilo que foi visto em Wuhan e em outras partes da China, mas isso ainda está por ver”, disse o secretário de Estado Adjunto dos Estados Unidos para a Ásia Oriental, David Stilwell.
Washington acusa as autoridades chinesas de mentir sobre o número oficial de mortos, que ascende atualmente a quase 83.300 casos e a mais de 4.600 mortos desde que a covid-19 foi sinalizada pela primeira vez na cidade de Wuhan, no final de 2019.
O Governo de Trump acredita também que Pequim escondeu a amplitude inicial e a gravidade da epidemia, o que facilitou a propagação do vírus que matou mais de 450 mil pessoas em todo o mundo e forçou os governos a confinar as populações e, assim, paralisarem as suas economias.
“Quando se trata de dados, a credibilidade é importante. E quando se perde credibilidade, é muito difícil recuperá-la”, disse Stilwell, citando “avaliações muito credíveis e não politizadas de publicações científicas”, segundo as quais seria simplesmente “impossível” que o balanço oficial da China correspondesse à realidade, podendo ser “10 vezes” superior.
Para David Stilwell, a “única forma” de “restaurar” a credibilidade da China seria “aceitar o destacamento de observadores neutros para ajudar a compreender exatamente o que aconteceu” no início da pandemia. O diplomata assegurou que o Secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, tinha deixado claro este pedido de “transparência” ao alto funcionário chinês Yang Jiechi na sua reunião de crise no Havai, na quarta-feira.
A controvérsia sobre a gestão do novo coronavírus agravou significativamente as relações já tensas entre as duas principais potências mundiais.
Também esta quinta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que cortar todos as pontes com a China é “uma opção”, numa altura em que existe um ambiente de tensão entre as duas principais potências mundiais.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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