Países Baixos vão abater mais de 10 mil visons após suspeita de transmissão

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As autoridades holandesas ordenaram o abate, a partir desta sexta-feira, de mais de 10 mil visons em unidades que fazem criação, depois da suspeita de transmissão do novo coronavírus a pessoas.

No passado dia 28 de maio, as autoridades holandesas já tinham proibido o transporte de peles de visons em todo o país, depois da divulgação do caso de dois trabalhadores de uma exploração, localizada na zona do sul dos Países Baixos, que teriam “provavelmente” contraído o novo coronavírus através destes animais.

A ordem governamental para o abate vai abranger sete empresas que detêm nove unidades de criação de visons, na região sul, e tem como objetivo evitar que estas explorações se transformem em focos de contaminação, segundo explicaram a ministra da Agricultura, Carola Schouten, e o ministro da Saúde Pública, Hugo de laJonge, na sequência de um parecer das autoridades sanitárias holandesas.

“O parecer mostra que o vírus pode continuar a circular nas explorações de visons durante um longo período de tempo e pode, portanto, constituir um risco para a saúde pública e animal”, escreveram os ministros, numa carta enviada ao Parlamento holandês.

Segundo uma porta-voz do Ministério da Agricultura dos Países Baixos, Elise van den Bosch, a decisão deverá abranger “mais de 10 mil visons”, admitindo, no entanto, que ainda não há um número exato dos animais envolvidos. A porta-voz referiu que esta estimativa não está a contabilizar as crias nascidas durante o período da primavera, indicando que cada fêmea desta espécie pode ter entre quatro a seis crias.

Os dois ministros admitiram que esta era uma medida “difícil” para as explorações afetadas, que terão direito a uma compensação financeira. Também garantiram que o Comité do Bem-Estar dos Animais irá assegurar que os pequenos mamíferos serão abatidos “de maneira responsável”.

Em maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, e perante as suspeitas, que estas possíveis contaminações poderiam ser os “primeiros casos conhecidos de transmissão” do novo coronavírus de animais para seres humanos.

A par da proibição do transporte de peles, o Governo holandês também ordenou a realização de testes de diagnóstico da covid-19 em todas as unidades de criação destes animais, onde são criados para o aproveitamento das peles.

Vison ou marta é a designação comum a várias espécies de mamíferos mustelídeos, que se assemelham às doninhas da América do Norte. A criação destes animais para a comercialização de peles é muito controversa nos Países Baixos. Em 2016, a mais alta instância judicial do país ordenou o encerramento destas explorações até 2024.

Em abril, a porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Fadela Chaib, disse que, até agora, as evidências apontam para que o coronavírus tenha tido origem em morcegos, que poderão eventualmente ter transmitido o vírus a outros animais.

O epicentro da doença foi no mercado chinês de Wuhan, onde se vendem animais vivos, e cujo consumo de carne de animais selvagens foi banido nos próximos cinco anos.

ZAP // Lusa

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