Incêndios: Montenegro vai ao Parlamento. PS disse que votaria contra – mas votou a favor

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António Pedro Santos / LUSA

Luís Montenegro e Maria Lúcia Amaral na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil

Propostas de Chega e PCP aprovadas por unanimidade. Direita não entende a posição dos socialistas, após declarações de Carneiro.

A Assembleia da República aprovou esta quarta-feira, por unanimidade, os pedidos para a realização de um debate extraordinário na comissão permanente, com o primeiro-ministro, na próxima quarta-feira à tarde, sobre a coordenação do combate aos incêndios.

As propostas do Chega e do PCP foram levadas a votação numa reunião extraordinária da conferência de líderes e aprovadas por unanimidade, disse aos jornalistas o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, no final do encontro.

O debate irá realizar-se na próxima quarta-feira, dia 27, às 15h00.

Aguiar-Branco explicou que o primeiro-ministro “manifestou ele próprio a intenção de estar na comissão permanente” e que a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, também poderá estar presente se essa for a intenção do Governo.

O presidente da Assembleia da República considerou normal que este debate ocorra no parlamento, que “é por excelência onde estas matéria podem ser tratadas de forma serena, democrática” e onde o Governo é escrutinado pelos “representantes do povo português”.

Sobre se este debate não deveria ter ocorrido mais cedo, Aguiar-Branco afirmou que todos os grupos parlamentares o “poderiam fazer mais cedo, agora ou mais tarde” e que este foi o momento entendido pelos partidos como oportuno para esta discussão.

“Noutros momentos passados, onde houve situações também dramáticas, não aconteceram estes debates desta natureza aqui na Assembleia. Portanto, acho que é louvável, é positivo que se possa no parlamento fazer este debate e na próxima semana assim aqui todos estaremos para o mesmo”, disse ainda.

A foto de Ventura

O líder parlamentar do PSD defendeu que a imagem do Governo na gestão dos incêndios “não precisa de ser limpa” e garantiu que os sociais-democratas não têm qualquer arrependimento sobre a realização da Festa do Pontal.

Em declarações aos jornalistas, Hugo Soares defendeu as diferenças entre as atuações dos anteriores executivos socialistas, baseadas, disse, em ‘show-off’ de políticos no teatro de operações “sem qualquer preparação para o fazer” e o atual Governo, que optou por uma intervenção “com recato, mas com muita proximidade”, não deixando de “coordenar aquilo que está a acontecer em Portugal”.

Sobre as críticas à realização da Festa do Pontal com o país a arder, Hugo Soares garantiu não haver arrependimentos com a realização do evento social-democrata, acrescentando que o primeiro-ministro “saiu imediatamente após a sua intervenção, não tendo participado em qualquer festa”. “Os que criticaram o primeiro-ministro de ter falado ao país no Pontal são os que agora acham que esse debate devia acontecer agora, durante o período de fogos”, apontou.

O social-democrata acusou ainda de incoerência o líder do PS, José Luís Carneiro, por “criticar o encontro do Pontal à porta da Festa das Sardinhas em Portimão” e o presidente do Chega, André Ventura, por “criticar uma ida à praia” de Montenegro e publicar depois uma foto nas redes sociais em que demonstrava estar a gozar as suas férias de verão.

“Eu não os critico, o que eu peço é que haja coerência e sentido de respeito por aqueles que, de forma discreta, mas muito próxima, estão a coordenar o combate aos fogos em Portugal”, disse.

PS tinha dito que não

João Almeida, deputado do CDS-PP, elogiou a disponibilidade de Luís Montenegro para ser ouvido na Assembleia da República, sublinhando que “nenhum outro Governo se disponibilizou para vir ao parlamento fazer o que o primeiro-ministro virá fazer”.

O centrista criticou ainda a bancada socialista por considerar extemporânea a intenção de ouvir o primeiro-ministro, afirmando que o PS faz “oposição em mau” ao “serem os únicos que não querem o debate”.

Na terça-feira, José Luís Carneiro disse que o PS votaria contra estes pedidos de debate: “O PS é contra a chicana política, numa altura em que se está a combater os incêndios que põem em causa a vida das pessoas e o seu património”, justificou José Luís Carneiro.

No dia seguinte, votou a favor: “O secretário-geral do PS disse que esta reunião é extemporânea – posição que mantemos. A única coisa que alterámos é que, a partir do momento em que o primeiro-ministro e o Governo disseram que estariam disponíveis para vir, e que queriam vir prestar esclarecimentos, o PS não vota contra um momento em que o Governo diz que vem à Assembleia da República prestar esclarecimentos. Mantendo tudo o que dissemos. Não, não mudámos de posição”, assegurou Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar dos socialistas.

Pedro Pinto, líder parlamentar do Chega, não percebe: “Cabe questionar ao PS o que anda a fazer. Nós sabemos o que fez, ou o que não fez, nos últimos anos. Na proteção civil meteu um polvo, uma teia socialista a comandar a proteção civil em Portugal, afastou os bombeiros do comando dos incêndios e esqueceu-se do interior do país. É cúmplice do que está a acontecer em Portugal. O que se passa em Portugal é terrorismo”.

“O PS dirá tudo o que puder dizer para tentar justificar o injustificável”, acrescentou João Almeida, do CDS-PP.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Desde 1986 que vários especialistas em floresta dizem o que tem de ser feito nem um governo ainda fez nada para manter a floresta limpa e criar aceiros que ajudam a travar os incêndios além de dar acesso a locais onde são necessários nem que seja para em caso de incêndio os bombeiros poderem chegar ao incêndios, a floresta não tem bandeiras políticas seja que governo for tem de começar a fazer o que tem de ser feito e todos os governos que seguirem tem de continuar a fazer essa trabalho não é coisa que se faça uma vez e fica feito é necessário limpar as florestas tirar as matérias mortas todos os dias do ano e todos e todos os anos, sem isso feito onde agora à incêndios daqui a 20 anos vai acontecer o mesmo ou ainda pior, desiludam-se os que pensam que os incêndios acabam, não não acabam fazem parte da natureza sempre os houve e sempre os haverá pode-se sim é evitar que eles tenham as dimensões tem vindo a ter e a poupar vidas e a destruição da vida das pessoas onde existam incêndios, poderão dizer mas há muitos que são provocados por mãos criminosas, esses é outra istória sem (h), fica para outras núpcias.

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