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Empresas podem ter moratórias nos créditos. Hotelaria e restauração exigem 1.000 euros por trabalhador

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Tiago Petinga / Lusa

Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB)

As empresas e famílias afetadas pela pandemia de Covid-19 podem vir a beneficiar de uma suspensão do pagamento de empréstimos bancários.

A medida está, de acordo com o Jornal Económico, a ser estudada pelo Governo, supervisores e a Associação de Bancos (APB).

O objetivo da medida, que poderá ser anunciada em breve, é minimizar o impacto da pandemia do novo coronavírus, que ameaça paralisar as economias de Portugal e da Europa.

Em declarações ao Jornal Económico, Faria de Oliveira, presidente da APB, disse que a associaçãoi tem “estado em contactos intensos com o Governo, o Banco de Portugal (BdP) e as autoridades europeias”.

“O impacto em vários setores da economia pode ser muito significativo, dependendo da duração e profundidade da crise Covid-19. A banca é fundamental na minimização das consequências negativas e está totalmente empenhada em dar o contributo necessário”, adiantou Faria de Oliveira.

Se a suspensão dos pagamentos dos empréstimos avançar, os cronogramas dos créditos serão reestruturados, mas sem efeitos negativos na avaliação prudencial dos clientes.

Uma medida semelhante poderá ser aplicada às famílias que tenham dificuldade em pagar as prestações dos créditos à habitação. No entanto, para já, a principal preocupação é com as empresas, devido aos efeitos no emprego e na economia em geral.

Associação exige 1.000 euros por trabalhador

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) está a exigir “medidas urgentes ao Governo” para travar o impacto da pandemia no negócio.

Em comunicado, citado pelo jornal ECO, a AHRESP informou que pediu ao Ministério da Economia a “disponibilização de uma linha de apoio à tesouraria de 1.000 euros mensais por trabalhador”.

A AHRESP considera “insuficientes as medidas disponibilizadas pelo Executivo”, numa altura que o setor “vive hoje uma das piores crises de sempre devido à propagação do Covid-19”.

Além disso, a associação informa ter apresentado “mais de 40 propostas” ao ministério tutelado por Pedro Siza Vieira “numa reunião de trabalho que durou perto de duas horas”.

Algumas das medidas pedidas pela associação são os tais “1.000 euros por trabalhador, adequação do processo de lay-off e período de carência nos pagamentos ao Estado e à banca”.

A ocupação das unidades de alojamento e a afluência aos restaurantes têm afundado com a propagação do novo coronavírus, principalmente tendo em conta as restrições às deslocações como travão ao turismo, assim como o fecho da fronteira com Espanha para viagens de lazer.

Empregadas domésticas mantém salários

Cerca de 90% das empregadas domésticas em Portugal tem contrato de trabalho e contribui para a segurança social com base no valor de 438,81 euros.

O empregador paga 18,9% dos 438,81 declarados (82,94 euros) e a trabalhadora assume 9,4% do mesmo valor (41,25 euros). Se os descontos fossem feitos sobre o valor real do salário (mínimo de 635 euros), as contribuições para a segurança social “disparavam”, de acordo com a empresa QuerMarias, ouvida pelo Observador.

Com a pandemia de Covid-19, quem ganha a vida como empregada doméstica ficou prejudicada. Na sequência das decisões do Conselho de Ministros, os trabalhadores que tenham de ficar em casa com os filhos vão receber 66% do salário- 322,28 euros -, o que, para Maria de Fátima, ouvida pelo mesmo jornal, não é suficiente.

Para as ajudar, os empregadores estão a antecipar semanas de férias pagas e que não serão gozadas no mês de verão. Outros estão a optar por bancos de horas.

ZAP //

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