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Há 8 casos críticos em Portugal. Curva vai aumentar até ao final de abril

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José Sena Goulão / Lusa

A diretora Geral de Saúde, Graça Freitas (D), acompanhada pela ministra da Saúde, Marta Temido

Este domingo ao final da tarde, Marta Temido afirmou, em conferência de imprensa, que é previsível que os casos de infeção pelo novo coronavírus continuem a aumentar até ao final de abril.

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou esta tarde, em conferência de imprensa, que é previsível que os casos de infeção por Covid-19 continuem a aumentar até final de abril. “Temos de nos preparar para este cenário e para esta realidade”, alertou, apelando logo de seguida à responsabilidade de cada um.

Depois de confirmar os 245 casos de infeção, avançados esta manhã pela Direção-Geral da Saúde (DGS), a governante adiantou que há 18 pessoas nos cuidados intensivos e oito casos críticos que inspiram mais “preocupação”.

Em relação a estes doentes mais graves, Graças Freitas, diretora da DGS, adiantou que se trata, “de um modo geral” de pessoas “idosas e com patologia associada”. Em Portugal, neste momento, existem 1.746 casos suspeitos.

A ministra anunciou ainda alterações no encaminhamento dos doentes, passando a privilegiar-se o “tratamento ambulatório e domiciliário“. Já no que diz respeito às consultas não urgentes, que no sábado referiu que seriam adiadas para libertar os serviços hospitalares, “a suspensão da atividade programada de caráter não urgente está já a ser comunicada”.

Quanto aos profissionais de saúde, Marta Temido lembrou que lhes foi recomendado que suspendessem as férias da Páscoa. “Este ano não será possível que a Páscoa seja um período de partilha com a família para os profissionais de saúde” disse, adiantando que viu “com emoção” as manifestações “como as que assistimos ontem à noite de apoio aos profissionais de saúde”.

Como estes profissionais não podem ficar em casa, o Governo vai permitir que os profissionais de saúde possam transferir para outra pessoa o subsídio a que teriam direito se pudessem usufruir do mesmo.

Confrontada com as afirmações do presidente do Sindicato Independente dos Médicos, que referiu que existem 50 médicos infetados e mais de 150 em quarentena, Marta Temido confirmou casos de contágio de profissionais, sem referir quantos. Graça Freitas acrescentou que entre estes há os “que se infetaram no seu contexto do dia a dia”.

Ibuprofeno não agrava sintomas

O efeito negativo do Brufen em pessoas infetadas com Covid-19 é “falso alarme“, garantiu a diretora-geral da Saúde, quando confrontada com algumas notícias que dão conta de que medicamentos como ibuprofeno agravam os sintomas.

Graça Freitas adiantou que “vai ser feito um desmentido formal a nível europeu“, uma vez que “não existe qualquer prova” de que o Brufen e outros medicamentos “potenciam os efeitos” do novo coronavírus.

A responsável mostrou-se surpreendida pela mobilização da sociedade e recomendou cuidados para o regresso ao trabalho esta segunda-feira.

“Amanhã vamos voltar ao trabalho e a primeira coisa a fazer é lavar bem as mãos antes de sair de casa. Pegar num lenço para carregar no botão do elevador, por exemplo. Virar às costas ao parceiro, no elevador ou no transporte público. E continuar a não confraternizar de perto com quem trabalha connosco. Vamos organizar e manter a distância social. Quando se chega, lavar bem as mãos. Isto pode fazer a diferença.”

Segundo o boletim da Direção-Geral de Saúde, divulgado este domingo de manhã, Portugal tem 245 casos positivos de infeção por coronavírus, mais 76 casos em relação a sábado. Segundo as informações da DGS, há 281 casos a aguardar confirmação de resultados laboratoriais e 4.592 casos a serem vigiados pelas autoridades.

Há agora 14 cadeias de transmissão ativas, mais três do que no dia anterior. Os casos importados são da Alemanha/Áustria (1), Andorra (1), Bélgica (1), Espanha (16), França (9), Itália (14) e Suíça (5).

Desta vez, a região de Lisboa e Vale do Tejo concentra a maioria dos casos (116), mais 13 do que a região Norte. A região Centro e Algarve registam 10 casos e os Açores têm agora o primeiro doente infetado.

LM, ZAP //

3 Comments

  1. Querida ZAP, não é “que se tratam de pessoas idosas”, é que se TRATA de pessoas idosas.
    O verbo tratar, quando é sinónimo de lidar, só se conjuga na 3ª pessoa do singular. “pessoas idosas” não é o sujeito. O sujeito aqui é desconhecido. Alguém trata mas não se sabe quem.

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