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Sem Joacine, nova direção do Livre foi eleita com 95 votos a favor e 15 brancos

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O antigo eurodeputado Rui Tavares, fundador do Livre

Este domingo, no segundo dia do IX congresso do Livre, a nova direção do partido foi eleita com 95 votos a favor e 15 brancos (e não conta com a deputada Joacine Katar Moreira).

No final do debate e votação das moções apresentadas ao Congresso, e antes do encerramento da reunião magna que decorre em Lisboa desde sábado, Paulo Muacho, membro da Comissão Eleitoral apresentou os resultados.

Entre os 110 votos para o Grupo de Contacto (direção do partido), a única lista a concorrer à liderança arrecadou 95 votos, sendo que 15 foram brancos. Joacine Katar Moreira deixa de pertencer à direção, uma vez que não integrava a única lista apresentada.

Dos 15 membros efetivos que a compõem, sete transitam do grupo cessante. De acordo com o jornal Público, é o caso de Carlos Teixeira, Pedro Mendonça, Ana Raposo Marques, Isabel Mendes Lopes, Pedro Nunes Rodrigues, Safaa Dib e Patrícia Gonçalves.

Do lado das novas caras chegam Ana de Morais e Castro, Tomás Cardoso Pereira, Maria Janeiro, Filipa Pinto, Filipe Honório, Henrique Vasconcelos, João Monteiro e Teresa da Mota.

Além da deputada única do partido, saem da direção Eduardo Viana, Florbela Carmo, Jorge Pinto, José Manuel Azevedo, Marta Costa e Paulo Muacho, sendo que, escreve o semanário Expresso, alguns deles transitam para a Assembleia.

Já o Conselho de Jurisdição, a também única lista concorrente, liderada pelo advogado Ricardo Sá Fernandes, teve 66 votos e 15 foram nulos, de um total de 109.

Para a Assembleia — órgão máximo entre congressos — houve 105 votos válidos e quatro nulos (também de um total de 109). Os candidatos apresentam-se individualmente. A Assembleia do Livre é composta por até 50 membros, dos quais 25 homens e 25 mulheres.

O candidato mais votado até agora foi o fundador do partido, Rui Tavares, com 63 votos, seguindo-se Jorge Pinto, com 60 votos. Entre as mulheres, Patrícia Robalo teve 49 votos e Inês Cisneiros, 45. A presidente da mesa do Congresso, e até agora coordenadora da Assembleia, Ana Natário, conseguiu 31 votos e fará mais um mandato.

“O novo Grupo de Contacto e a nova Assembleia do Livre irão guiar o partido durante os próximos dois anos. O Congresso votou pela continuidade das pessoas, ideias e formas de trabalhar, dando um claro voto de confiança e de legitimidade aos novos órgãos”, afirmou Isabel Mendes Lopes, no discurso de encerramento dos trabalhos.

Nova Assembleia é a “esperança e oxigénio” de Joacine

À saída do Congresso, Joacine Moreira afirmou que “não houve uma cisão” e que agora espera iniciar com os novos órgãos um processo de conversas de forma a “ser ouvida”, cita o mesmo semanário. Para a deputada, é necessário que se encontrem “regularmente” e haja “cedências de parte a parte”.

“Há elementos novos na Assembleia do Livre que não estavam no órgão cessante e que vão ser decisivos na decisão sobre a retirada da minha confiança política. Os elementos novos da Assembleia são a minha esperança e o meu oxigénio”, afirmou ao Expresso.

Esta manhã, ainda antes de serem retomados os trabalhos no Congresso, a deputada publicou o direito de resposta, com 12 páginas, na sua conta do Facebook, sobre a resolução da assembleia cessante.

Nesse documento, a deputada única do Livre afirma que o Grupo de Contacto nunca se opôs à sua reserva quanto ao sentido de voto no Orçamento do Estado de 2020 e, na reunião com o partido sobre o sentido de voto no OE2020, não recebeu “conselho contrário” quanto à sua intenção de manter a reserva sobre como iria votar.

Segundo a resolução anteriormente publicada pela 42.ª Assembleia do partido, a deputada descurou, “reiteradamente, a comunicação e envolvimento dos órgãos do partido”, nomeadamente nas negociações com o Governo relativamente ao OE2020, recusando-se a revelar o sentido de voto do Livre até ao momento da votação, “contra o conselho do GC”.

Em declarações aos jornalistas, citado pelo Expresso, Pedro Mendonça, do Grupo de Contacto hoje eleito, acredita que só um “milagre” poderá levar o partido a não retirar a confiança política à deputada.

ZAP // Lusa

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